Eu Acredito em Rav Laitman:
Memórias de Feiga Ashlag, viuva do falecido Rav Baruch Ashlag, Maio de 2005
Depois de Baal HaSulam ter deixado este mundo, Rav Baruch Ashlag salientou sempre que se um homem justo parte e os seus estudantes não estão incomodados, que esquecem a grande pessoa que esteve com eles, eles perdem tudo o que uma vez receberam do seu Professor.Quando Rav Baruch partiu, ficamos devastados e começamos a aperceber-nos de quantas oportunidades deixamos escapar enquanto ele ainda estava entre nós. Sentimos o peso de oportunidades perdidas durante muito tempo. Rav Laitman apenas começou a recuperar passados dois anos.Durante essa fase, ele não queria olhar para quaisquer lembranças; não queria quis publicar nada. Essencialmente, encorajei-o a fazê-lo. Não sei bem porquê. Mas, na minha opinião, eu simplesmente queria que ele começasse a dar palestras para que eu pudesse escutar. Porque motivo pensei que iria escutar as suas lições e não as lições de Rav Baruch? Simplesmente pareceu-me que Rav Laitman transmitia o material de uma forma muito interessante. Eu gostava de o escutar, e convenci mais alguns a o fazerem.Ele não queria nada disto. Costumava chegar ao pé dele e dizer-lhe: "Rav este e aquele estão a vender as suas gravações. Porque não grava algumas lições também?" Então ele começou a expor cartazes e a convidar o publico a palestras. Inicialmente, três pessoas apareciam depois cinco e seis. Foi assim que começou. Pouco a pouco, depois de dois ou três anos de dar todas estas palestras em Tel Aviv, Rav Laitman reuniu um grupo e começou a ensina-los.Depois, tudo evoluiu muito rápido. Uma vez que Rav Laitman se encarregou conscientemente de certas provações, ele sobressaiu numa certa luz e alguns dos que apareceram começaram a ter dúvidas.As pessoas acreditavam que um Rav é alguém que tem de se comportar e aparentar de determinada forma. Existe um padrão esperado, e Rav Laitman não encaixava nisto. Era como se ele conscientemente violasse certas normas convencionais; externamente, ele não tentava parecer-se a um santo ou a um homem justo. Ele era até um homem mais vulgar que o Rebbe. Rav Baruch costumava pelo menos vestir-se num adorno religioso. Todavia, Rav Laitman aparecia ao publico como uma pessoa simples e relativamente jovem (ele tinha quarenta e cinco na altura). Estes sujeitos tinham de o aceitar como seu professor, o seu Rav. Eles aceitaram, mas houve um ponto em que começaram a ter grandes dúvidas.Uma vez disse a alguns deles: "Tudo está nas vossas mãos. Se deixam Rav Laitman partir irão deixar o vosso desejo pela espiritualidade escapar-se e não irão voltar a conseguir aumenta-lo! Depois não haverá ninguém de quem o receber. Não terão nada! Agora, vocês têm completa confiança de que tudo está nas mãos de Rav Laitman, de que ele tem algo a dizer. Tudo o resto é o exterior! Estas dúvida que têm foi-vos provavelmente dada propositadamente!" Recordo-me disto do Rav Baruch. Ele costumava dizer coisas parecidas aos seus estudantes para tentar deliberadamente diminuir a sua homenagem a ele. "Não liguem ao que vos aparenta superficialmente! Concentrem-se no coração da matéria - Rav Laitman tem a corda ao espiritual!"O Senhor ouviu as minhas orações. Um grupo formou-se que conseguia impedir Rav Laitman de parar de ensinar por completo. Cada pessoa, independentemente do seu nível, tem de sentir que ele é necessário. Sem esta demanda ele não pode quer seja crescer ou transmitir ou criar alguma coisa (uma nova linguagem, por exemplo). Então acontece que alguém tem de saber de onde obter estes pedidos.Foi assim que, há muitos atrás, um momento perigoso passou quando estudantes não compreendiam que o comportamento externo do Professor não tem de ser consistente com o seu potencial interno além do mais, o seu potencial depende completamente das exigências dos seus discípulos. Eles, como crianças que pedem aos seus pais, evocam a ascensão dos seus pais que podem, em retorno, dar ainda mais de volta às suas crianças.Este "pedido" era construído muito lentamente. Recordo-me uma vez, em 1994, Rav Laitman convidou-me para dar um passeio. Passeava mos numa floresta onde Rav Baruch costumava passear e Rav Laitman contou-me por entre lágrimas: "Como pode ser? Diz-se que em 1995 tem de alcançar as massas, enquanto eu tenho apenas vinte sujeitos?"E subitamente, exactamente em 1995, surgiu uma onda de interesse genuíno. Hoje este grupo contem as esperanças de todos, de que irá ser descoberto sem precedentes e forçar Rav Laitman a entrar dentro de si mesmo ainda mais. Catorze anos passaram desde que o Rebbe partiu. Não existe necessidade de esperar mais seis anos como o Rabash fez depois da morte de Baal HaSulam. As pessoas têm de se examinar e encontrar as perguntas, as exigências para o Criador. Hoje, o mundo precisa da luz do Criador! O conhecimento que foi passado através de Rav Laitman a nós e temos de receber essa luz, de que Baal HaSulam falava. E esta luz pode apenas ser recebida através de uma pessoa viva.Então, deveríamos primeiro pedir sempre que Rav Laitman esteja saudável para que tenha a força para resistir todos os tipos de dificuldades. Em segundo, temos de criar o pedido ao Criador dentro de nós mesmos, não simplesmente ser contentável sabendo tudo o que já está escrito nos livros. Rav Laitman tem de receber a possibilidade de terminar o seu trabalho e nos passar a nós a confiança de que podemos ser entregues. Mas temos de agir rápido! O tempo nos compele.Pergunta: Está a dizer que agora o grupo significa praticamente tudo?Bem, não apenas um grupo. Este tem de ser o grupo onde cada pessoa, nas profundezas onde se esconde o seu "Eu", algures no silêncio da sua "casa", saiba que quer trazer a sua alma à correcção.Eu repito: Na minha opinião, é muito bom se existir um grupo onde todos estudem e se mantenham interessados. Mas do que estou a falar não tem sequer de ser um grupo. Mesmo uma pessoa de determinado nível que desenvolvesse um grande desejo pode trabalhar! O grupo é muito importante. Mas o que pretendo dizer é de que o que importa verdadeiramente é o que cada pessoa do grupo exige dentro de si mesma.Existe um credo: circulação. É claro que a circulação salvaguarda a situação de Israel e talvez até garanta a sua sobrevivência. Exteriormente circulação directa levará Israel ao ponto em que a sua parte interna irá querer activamente fazer parte deste processo. Porém cada pessoa dentro de si mesma deverá criar a sua necessidade interna, pergunta interna. Esta tem de trabalhar em relação à sua alma. E é isto que tem de fazer para a transmitir.Pergunta: Chamamos a isto "intenção"?Intenção, sim. Mas quero dizer que uma pessoa tem de encontrar a sua exigência, o ponto onde ele tem uma disputa com o Criador. Na verdade, todos nós temos o mesmo problema - falta de fé. Fé é a ligação com o Criador. Este contacto é ainda bastante fraco.Ao longo de três anos, perguntava constantemente a Rav Baruch Shalom: "Como podemos amar o Criador?" Eu era sincera na minha pergunta. Ele costumava responder-me: "Esta é uma recompensa. Uma pessoa deve trabalhar gratuitamente e a recompensa virá."Penso que o ponto interno de cada pessoa tem um papel muito importante. Cada pessoa, algures no silêncio, tem de encontrar tempo para a sua aspiração pessoal. Isto poderia acontecer durante uma simples conversa. Se esta exigência está presente dentro dele, a exigência ao Rav, ao Criador, então Rav Laitman vai pegar nela.Estudo e circulação não é tudo. Cada um deve adicionar aspirações individuais; o que Baal HaSulam pretende dizer em "Conhece as Condições de Viver na Ultima Geração." Uma pessoa deve pensar acerca do que precisa de forma a ser como Moshe Rabeinu.Através do seu grupo, Rav Laitman absorver as necessidades do mundo inteiro. Dentro deste grupo têm de haver pelo menos dez pessoas que contenham o pedido final. Eles estarão prontos a dar toda a sua alma, individualidade e posses e Rav Laitman irá pegar nisto, fazer o seu trabalho e passar a corrente de confiança que é chamada "Fé".Pergunta: Feiga, de onde vem a sua confiança em Rav Laitman?Vou-lhe ser muito honesta - simplesmente não havia escolha. Por exemplo, eu tenho ensinado mulheres durante quinze anos. Rav Baruch Shalom deu-me permissão para ensinar enquanto ainda era vivo. Agora há um grupo, muitos sujeitos talentosos, docentes talentosos, tradutores e professores. Pessoas jovens que compreendem isto muito melhor.Embora, ao mesmo tempo, preciso dos meus para sobreviver. Preciso dos meus filhos e netos para que não tenham de atravessar uma bomba atómica. Preciso para evitar supressão espiritual e física. Preciso de acreditar que há um grupo de pessoas que estão a lutar pela sobrevivência do nosso país tanto no aspecto físico como espiritual. Dizendo "país" pretendo dizer a sobrevivência de Israel e toda a humanidade.Se não existisse circulação em massa da ciência autêntica da Kabbalah, a sua parte interna, os mais delicados detalhes que encaixam aos principiantes e se nada disto existisse ao nível do grupo, estaria assustada e triste, pensando "Quem se encarregará disto?"Poderíamos esperar por alguém em vez de Rav Laitman? É preferível utilizar alguém que esteja directamente ligado à corrente inteira de Cabalistas desde os tempos da antiguidade até hoje. Isto simplesmente advém do desespero! Eu vi que Rav Baruch se preocupava profundamente a transmitir tudo ao seu discípulo. Ligo ambas as coisas juntas e vejo que o próximo nesta corrente é Rav Laitman.Por muitos anos, talvez não tenha enfatizado isto como devia. Isto é porque eu costumava pensar que isto levasse décadas. Há outras pessoas que também fazem muito. Mas vejo agora que estamos a falar especificamente da sobrevivência de cada alma e da humanidade no geral.Baal HaSulam salientava isto. Hoje já ouvimos as coisas horríveis que nos esperam se não aceitarmos a parte interna da Torah e do governo do mundo nas nossas mãos, se não providenciarmos ao mundo o alcance do objectivo. E a que mãos devemos nos entregar se nos falta o conhecimento das leis ou propriedades do Superior?Conhecimento em si não significa nada. Conhecimento de como alcançar o derradeiro grau de fé e a mudança do nosso "Eu", amor pelo próximo; isto pode ser-nos transferido através de Rav Laitman. Se o seu grupo o força a isto pelo seu desejo genuíno, então este conhecimento tornar-se-a revelado. Sonhei com isto durante muito tempo.Pergunta: Isto é interessante: O ARI passou tudo apenas a Chaim Vital, Rav Baruch, praticamente, apenas a Rav Laitman....Baal HaSulam, apenas a Rav Baruch Shalom e Baruch Shalom, apenas a Rav Laitman.Embora na superficie, outro estudante de Rav Baruch, Rav Miller, esteja agora a publicar livros e a circular. Mas estamos a falar acerca da essência interna, acerca do que Rav Laitman recebeu num contacto especial em primeira mão. É isto que precisa verdadeiramente de ser passado. É impressionante como tudo está a acontecer numa só geração, tão rapidamente. Isto indica que os tempos futuros irão mudar ainda mais rapidamente.A nossa tarefa é de nos assegurarmos que Rav Laitman irá pegar nos nossos pedidos pelo mais alto e possível grau na alma individual para que alcance a sua maturidade.Baal HaSulam sublinhou que a parte interna da Torah, a ciência da Kabbalah, é intencionada não para o desenvolvimento ou serviço à sociedade, mas para a correcção da alma de cada individuo. Um desenvolvimento correcto da sociedade virá como consequência disto.Pergunta: Feiga, quão rígido era Rav Baruch para Rav Laitman?Bem, basicamente, ele costumava gritar com Rav Laitman e Rav Miller. Ele transmitiu tudo através de ambos e gritar com eles era parte disto. Em privado porém, ele era incapaz de ser duro com ele.Rav Baruch também tinha um feitio muito difícil. É comum pensar que um homem justo é doce e boa pessoa. Mas então ouvimos quão impossível era estar ao pé do ARI, sobre quão difícil era Baal HaSulam como pessoa e Rav Baruch era como um touro, águia, leão e um ser humano fundidos. E depois há Rav Laitman com o seu carácter insuportável e impaciente.Rav Baruch tratava-o como um filho. Mas isto era quando estavam sozinhos. Ele amava Rav Laitman profundamente. Eu não me recordo de o ver alguma vez discutir com ele. Nunca!Ele costumava contar-me muito acerca de algumas pessoas e menos acerca de outras. Mas nunca me falava de Rav Laitman, porque o seu discípulo tornou-se uma parte dele. E nunca falamos acerca de nós mesmos!Pergunta: Há uma parte do Rebbe em Rav Laitman?Sim, eu penso que Rav Laitman se fundiu completamente no seu professor. Tais são os objectivos da Providência Superior.Pergunta: Por vezes parece que a aparencia de Rav Laitman se torna parecida.Sim, ele gradualmente se começa a parecer com o Rebbe. Vocês são jovens! Irão ver Rav Laitman quando fizer oitenta e quatro! Irão ficar mesmo parecidos um com o outro (riso), completamente.Porém, não esqueça que depois de fazer sessenta, uma pessoa recebe permissão. Pretendo dizer, uma grande pessoa, que tem o que dar e a quem o dar, que ela própria recebeu de alguém era capaz de dar. Então, os dias da vida de tal pessoa são alargados exclusivamente dependendo da necessidade disto. Acontece que a sua vida espiritual e necessidades materiais (refiro-me à acumulação de conhecimento). Estes devem ser puramente necessidades espirituais que se relacionam à nossa correcção pessoal. Isto está em falta. E talvez nos devêssemos concentrar nisto.Pergunta: A minha próxima geração é ligeiramente de carácter histórico. Quando Rav partiu?Aconteceu cedo de manhã. Um mês antes disso, Rav Baruch começou a sentir-se mal. Antes, ele costumava mostrar-me: "Olha, consigo subir a correr as escadas e descer." Baal HaSulam sofria de reumatismo crónico. E morreu muito novo, na idade dos "setentas". Todos os irmãos de Rav Baruch Shalom morreram aos sessenta anos. Ele era o filho mais velho de Baal HaSulam, Rav Baruch Shalom, esteve ao nosso lado até ter oitenta e cinco.Rav Laitman costumava fazer exercícios físicos e ir até à sauna com ele. É extremamente dificil para um grande Rav permitir ao seu discípulo que cuide dele. Entretanto, um discipulo nem sempre reconhece o quão importante isto é. Era-me muito difícil servir a Rav Baruch até uma chávena de chá.E de repente o declínio começou. Durante esse mês, todos apareciam com os seus problemas e doenças e foi um mês muito difícil. Rav Laitman chamou o nosso médico e verificamos a saude de Rav Baruch. Disseram-nos que ele estava bem.Foi no Ano Novo. Rav Laitman veio até mim e disse-me: "Talvez devamos pedir a Rav Baruch para não ir rezar em frente à multidão de estudantes de Hassidut? Ele está num estado muito mau." Mas Rav Baruch continuou as suas lições, e fez as coisas como costume.Na sua ultima semana, ele recitou uma oração para o Novo Mês com a sua pressão arterial de 60 a 40. Subitamente, Rebbe senta-se ao liderar uma oração. Esta era uma oração longa e consumia muita energia. Então, Rav Baruch veio para a refeição. Deu apenas algumas dentadas em cinco minutos e foi ler a segunda oração. Nesta altura conseguíamos ver claramente que ele estava absolutamente exausto. Então Rav Laitman convenceu-o: "Talvez devesses ficar no hospital?"Ele estava muito relutante. Depois decidimos que ele deveria ficar no hospital, ele ficou muito zangado. Mas, como sabem, ele tinha de levar a cabo a decisão dos seus discípulos e membros da família mais chegados. Nós dissemos-lhe: "Isto é o que deves fazer," e então ele fê-lo. Em todas as matérias corpóreas foi como se ele nos desse, à mulher e estudante que ele via como um filho, uma concessão.Levamos-o ao hospital e eles perguntaram-lhe: "Onde sente a dor?" Ele respondeu: "Em sitio nenhum. Eles dizem-me que é melhor que me deite." Eles fizeram-lhe um electrocardiograma e colocaram-o no monitor. O doutor disse: "Ele precisa de ficar na sua cama por um dia ou dois. Nada de especial, apenas ficar na sua cama." Para eles, ele era simplesmente uma pessoa idosa.Vizinhos da mesma ala disseram-nos mais tarde que pelas cinco da manhã, no dia em que ele deixou este mundo, ele se levantou e ajudou os outros pacientes. Às 5:30 eles fizeram-lhe um electrocardiograma. Tudo estava bem ainda. Às dez para as seis Rav Laitman já estava ao pé de sua cama, embora fosse suposto que viesse só mais tarde. As horas de visita começavam às seis. Ele escalou a vedação e de certa forma conseguiu entrar na ala antes das horas de visita.Eu entrei às cinco para as seis, também por acaso. Por essa altura Rav começou a perder o seu batimento cardíaco e aconteceu especificamente durante aqueles dez minutos. Rav Laitman ainda segurava a sua mão. Rav Baruch virou-se para ele e conseguiu murmurar-lhe algo, apenas a ele. O batimento cardíaco desapareceu. Ele partiu subitamente, no espaço de dez minutos, segurando a mão de Rav Laitman; silenciosamente, em paz, sem dor.Eu costumava perguntar a Rav Baruch: "Pode um homem justo ser louco? Pode ele ter pensamentos confusos?" Ele sempre me disse: "O verdadeiro vidente nunca recebe pensamentos confusos e nunca é levado a um estado de insanidade." Eu costumava perguntar-lhe como psiquiatra. Ele disse-me: "Precisão de pensamento e claridade de mente são preservadas na verdadeira pessoa até ao final. Caso contrário, deixaríamos de existir por completo."Pergunta: Que fez Rav Laitman posteriormente?Eu mantive o meu olho em tudo. É claro, que foi alguma coisa! Embora não pense que fosse mais do que Rav Baruch teve de passar depois da morte de Baal HaSulam. Rav Laitman deve ter passado por este processo inconscientemente.Este foi porém o processo em que o Criador o colocou para que ele chegasse a determinada percepção, preenchimento e libertação. Eu não considero que ele próprio o tenha feito - ele passou por isto por ordem da Providência Superior. Acredito que ele tenha a mesma opinião. Algo estava a acontecer com ele. Do exterior, era um pouco estranho.Ele podia ter assumido a pose padrão de uma "grande pessoa" e receber pessoas em fila que o quisessem ver. Ele tinha a capacidade de fazer isto facilmente e literalmente no espaço de uma semana. Todo o público quer alguma espécie de cobertura externa. Rav Laitman tem uma presença. Ele tem uma voz penetrante e é um reconhecido curandeiro. Se ele quisesse podia ter tido multidões para o ver.Mas ele não fez nada do género. Pelo contrário, Rav Laitman fez tudo para mostrar que ele era como qualquer outra pessoa. Ele apresentou-se propositadamente como um humano normal, vulgar e fraco.Pergunta: Então por outras palavras ele repudiava todos os que ansiavam pelo externo e atraiu os que.Talvez possa dizer que sim. Estou-lhe a contar que eu própria não consegui aperceber-me completamente disto. Eu sabia que ele entrava nesse estado conscientemente para se livrar de tudo o que chama as cascas externas do respeito, honra e a habilidade de fazer uma vénia perante algo esperado.Rav Laitman era, e é, e será guiado pela Providência Superior pelo propósito de trazer o mundo à sua finalização, correcção e avançar para além das fronteiras do tempo e espaço. E, penso, até ele próprio não saiba bem o que está a fazer.Eu digo-lhe da minha experiência pessoal que devo a Rav Laitman absolutamente tudo. Eu cheguei à compreensão de que todas as coisas negativas que alguma vez recebi dele sob a forma de observações, ou, por vezes, a sua súbita e completa negligência e, até diria, desdém por mim, eventualmente me levou a livrar cada vez mais desta casca mais e mais.Estou grata a Rav Laitman por me ajudar a livrar desta aspiração externa de honra, e de tomar como exemplo o ter uma atitude de desprezo a tudo o que é externo. Haviam até aquelas pequenas coisas em mim de que não me apercebia, que impediam grandemente o trabalho espiritual.É muito difícil permanecer simples, ingénua, e livre de qualquer casca. Que combinação! Rav Laitman é um verdadeiro mestre neste respeito. Eu senti-o na sua totalidade "na minha própria pele". E estou grata por cada lição.É, porém, doloroso quando acontece. Por vezes viria para casa e diria para mim mesma: "Eu não quero viver mais. Eu não compreendo porque Rav Laitman me trata desta forma." Mas mais tarde, ficaria tão feliz por isso! Então obviamente ele sabia o que estava a fazer.Agora que tudo é percebido com mais clareza, compreensão e análise profunda. E torna-se até duro: você tem de procurar por esta parte interna que não consegue captar, e "da-la" ao Rav. Este trabalho só pode ser feito contra percepções e entendimento egoístas.Tem de haver sempre alguma inovação. Rav Baruch sublinhou sempre: "Até que seja sempre novo, até que seja sempre novo! Até que algo seja sempre novo!" Temos de utilizar este elemento de novidade a toda a altura. É assim que a Providência Superior trabalha: num momento uno o que era novo torna-se velho e o tempo em si acelera.Pergunta: O que significa "novo"?A busca espiritual tem de conter sempre novidade. Não me refiro a novas formas de trabalhar e actualizar a aparência física do material. Tecnicamente haverão lasers, hologramas ou qualquer outra coisa.As pessoas têm de se renovar dentro de si mesmas! O Rav então pega nesta inovação. Aqui reside uma grande dificuldade; para que cada pessoa não pare internamente, para desejar verdadeiramente e manter sem cessar o seu trabalho individual! É assim que me parece a mim.Não posso contar mentiras. Há dois anos não seria capaz de dizer coisas assim. Tinha rancor contra Rav Laitman. Não em relação ao seu comportamento. Eu percebi que ele se comportava de certa maneira para transmitir o conhecimento, para atrair estudantes - era obvio. Mas parecia-me que ele não promovia suficientemente o nome de Rav Baruch. Em termos puramente nominativos, parecia-me que o nome de Rav Baruch tinha de aparecer mais. Agora compreendo que ainda não tinha chegado a altura certa. E agora olho, o tempo chegou e Rav Baruch é a primeira pergunta na agenda. Tudo a seu tempo.Não há dúvida que o público no geral apreende Baal HaSulam muito mais rápido. E quão bem as pessoas compreendem o Rambam! E quão perfeitamente todos compreendem o Ari e Rashbi! Quanto menos eles compreendem, quão mais convencidos estão de que compreendem. Entretanto, para compreender o Rabash uma pessoa tem de estar em determinado nível ou ter completa fé na sabedoria. Isto irá derivar da raiz da alma de uma pessoa. E agora já há centenas de pessoas que são capazes de apreender Rav Baruch Shalom. Estas pessoas, da mesma forma, irão ter uma mais forte necessidade no Rav Laitman também. Irão chegar e levar de Rav Laitman o que é necessário.Pergunta: O hebraico de Rav Laitman é agora melhor que o de Rav Baruch?É claro! Ele tem um hebraico excelente e correcto! É mais contemporâneo e muito melhor que o hebraico de Rav Baruch Shalom. Basicamente, é a mesma língua, mas ligeiramente mais limpa e naturalmente mais moderna. Rav Baruch implicava que nós sabiamos o que é o "desejo de doação", e então ele falava acerca de várias coisas, enquanto a nós nos parecia que ele repetia as mesmas coisas. E quando a explicação não inclui apenas a frase em si mas uma explicação do significado das palavras e suas definições, as profundezas infinitas de novo significado se revelam. Rav Laitman faz isto nos seus comentários: ele explica o que ele tem verdadeiramente na mente.Pergunta: Feiga, como é que o resto dos discípulos de Rav Baruch se relacionam a Rav Laitman?Quando Rav Laitman serviu Rebbe e costumava vir para casa com ele? Penso que as pessoas tinham atitudes diferentes. Mas não havia escolha. Ele partiu, transmitiu tudo através dele. Antes disso, tudo aconteceu de forma diferente - numa forma padrão e hassidica.Para além do mais, haviam pessoas que ele trazia. Ele trazia todos eles, ele cuidava deles. Eu estava a caminho de Rav Baruch Ashlag e vi Rav Laitman a arrastar um mini-frigorífico nas suas costas. Perguntei-lhe: "O quê, mais ninguém foi capaz de fazer isto?" "Não. Ele precisa de um frigorífico." Rav Laitman fazia absolutamente tudo por estas quarenta pessoas. E relatava acerca de cada uma delas ao Rebbe. Então, ele era de certa forma um elo de ligação. Todos se relacionavam a ele como, provavelmente, uma das curiosidades de Rav Baruch. Eles deviam, na verdade, estar gratos, mas só conseguiam ver a superfície.Rav Laitman começou a abandonar todos os atributos hassidicos externos ao nível comportamental e era isto que eles viam. Eles não compreendiam o que fazer com isto: sentar calmamente, sair, ficar ali? Eles estavam desesperados, porque eles viviam e receberam tudo de Rav Baruch. Rav Baruch levou-os e usou-os para o desenvolvimento e descrição do método. E então ele não era capaz de lhes dar mais nada e basicamente deixou-os.Pergunta: Então essencialmente eles levaram toda a energia do Rav Baruch?Sim, ele, falando sem rodeios, usou apenas os seus estudantes. Mas isto é fantástico! Como dizem, a coisa mais importante é nas mãos de quem se está. Ele usou-os, fez o que era necessário e depois deixou-os por si mesmos. Se é capaz de se elevar, força nisso. Se não então por agora é suficiente.Então, estes discipulos viram uma ligeira discrepância no caminho. Rav Baruch Shalom sempre salientou que não havia necessidade de movimento dirigido ao exterior. Eles interpretaram isto à sua maneira: que cada pessoa tem de observar os detalhes externos. Muitos deles então adornaram-se de vestes ortodoxas.Ao trabalhar no seu ultimo artigo, Rav Baruch disse: "Vou escrever-lhes algo acerca da veste: se uma pessoa não adere ao trabalho interno, deve então pelo menos manter-se dentro dos limites externos." Esta foi a ultima coisa que lhes disse.Assim como, na ultima semana da sua vida Rav Baruch cantava a toda a hora: "Meu coração transbordava de matéria divina. Meu trabalho diz respeito a um rei" (Salmo 45). Ele cantava-o por alguma razão.No geral, ele era um excelente cantor e estudava canto. Ele era um excelente cantor e cantava as melodias de Baal HaSulam. Rav Laitman, durante os seus primeiros anos com Rav Baruch costumava leva-lo ao professor de canto. Quando iam com Rav Laitman para Tiberias, Rav Laitman costumava conduzir e Rav Baruch costumava cantar, exercitando as suas cordas vocais. Rav Laitman recebeu tanto ao acompanha-lo durante estas viagens. Ele costumava fazer perguntas muito complicadas. E Rav Baruch dizia-lhe sempre: "Uma vez que ainda não compreendes nada, Eu posso dizer-te muito." E então ele responder-lhe-ia a todos os níveis.E então esse grupo, eu diria, não chegou ao topo. Porém, eu respeito-os imenso, e amo-os muito, cada um deles. Eles passaram por muito. Tenho pena de que não estejam aqui com Rav Laitman. É uma verdadeira pena.
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