Quando quer que comecemos a ler O Livro do Zohar, temos de nos sintonizar a nós mesmos de forma fluirmos juntamente com o material preparado para nós pelos grandes autores deste livro. Eles dizem-nos que a única coisa que foi criada é o desejo de desfrutar. Este desejo tem duas formas de percepcionar a realidade (ou percepcionar o seu Criador). Uma é uma percepção directa dentro do desejo, ao qual eles chamam “de cima para baixo.” Nesta forma o desejo pode apenas percepcionar o que sentimos neste momento, "dentro de nós mesmos." Tal percepção é chamada "este mundo." A segunda forma de percepção toma lugar acima do desejo, "fora" dele. E quando não nos preenchemos a nós mesmos, mas aos outros (ou, o que nos parecem ser outros).
Não estamos acostumados ao segundo tipo de percepção dado que não nascemos com ela. Parece-nos esquisito e estranho a nós, e ainda assim os autores de O Zohar dizem-nos que esta forma de percepção é a mais natural, pois ela deriva da natureza (o Criador). Em adição ao minúsculo mundo que sentimos dentro de nós mesmos, há outros mundos vastos "fora" de nós mesmos.
O Zohar aponta-nos para que pudéssemos adquirir esta percepção adicional da realidade fora dos nossos corpos. Por esta razão, se queremos ver do que fala O Zohar, precisamos de nos sintonizarmos a nós mesmo a percepcionar a realidade que existe "fora" de nós, em vez de "dentro."
Este livro descreve muitas coisas que soam como que fenómenos deste mundo, assim como criaturas mágicas como anjos, espíritos ou aposentos. Todavia, independentemente do quão realistas ou sobrenaturais estas coisas nos possam parecer a nós, O Zohar fala sempre da forma de percepção "dentro" de nós mesmos. Desta forma, se queremos compreender o que O Zohar nos quer dizer, ou em vez, o que nos quer revelar dentro de nós, temos de nos sintonizar a nós mesmos na mesma direcção – em vez de aspirar por auto-preenchimento, devemos aspirar a sentir a realidade "fora" de nós mesmos.
IN LAITMAN.COM