O Zohar: É sabido que há Mundo, Ano, e Alma em tudo. No coração de pedra (Lev HaEven), também, existem Mundo, Ano, Alma. Mundo é a serpente primordial (Nahash Kadmoni), que Samuel montou; Ano—o nono de Av; e Alma — a coxa- tendão da veia (Gid HaNasheh).
O Zohar conta-nos que existem duas formas de percepcionar a realidade que sentimos. Há a percepção "para meu próprio bem," em que sente um egoísta "ano, mundo, e alma," que pertencem ao coração de pedra (Lev ha-Even). Existem também os altruístas "mundo, ano e alma," em que a sua percepção da realidade está dirigida à direcção oposta, longe de si mesmo. Percepciona através de dar em vez de recepção, e desta forma percepciona o Superior "Mundo, Ano, e Alma," pois são percepcionados através do dar (santidade).
Qual é a diferença entre a percepção da realidade por meio de absorção e recepção, quando se separa da percepção em mundo, ano e alma; e a percepção da realidade por meio de dar, quando também separa a percepção em mundo, ano, e alma? Esta é, na verdade, a grande diferença entre estas sensações, pois ao absorver para si mesmo, está limitado e sente que existe em rígidos limites de tempo. Sente que vive e morre; sente sofrimento e problemas. Deseja constantemente preencher-se a si mesmo, mas este preenchimento esvaece imediatamente. Toda a sua existência nestes limites egoístas de "mundo, ano e alma" tomam lugar na recepção, no coração de pedra (Lev ha-Even), em absorção "para si mesmo." Contudo, apesar do sofrimento, é forçado a continuar a existir desta maneira porque o seu ambiente o condiciona e é assim que tem de viver. O ambiente obriga uma pessoa a se esforçar a ser bem sucedida na sua absorção egoísta, e é compelido a escuta-lo e desta forma a matar-se a si mesmo.
Todavia, é possível percepcionar a realidade diferente – através do dar, ao sair de si mesmo. Lá, "mundo, ano e alma" são dimensões infinitas, não limitadas pelas considerações de como uma pessoa se pode preencher a si mesma. Sente o mundo espiritual, eternidade e perfeição.
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