Uma pergunta que recebi: Se o inferno é a revelação do meu próprio mal, que me governa e me separa do Criador, e este é sentido como um fogo consumidor, então o que é o céu?
A Minha Resposta: Céu é o sentimento de preencher outra pessoa. Este é o estado do Criador, a força de dar e amor que governa sobre toda a natureza. Se esta força revela a sua oposição a ela, então você sente o inferno, e se esta força é expressa directamente, então você irá experimentar uma sensação chamada céu.
Cada estado que atravessamos inclui todos os estados possíveis porque tudo consiste de dez Sefirot. Desta forma, céu e inferno, assim como todos os cinco mundos, incluem todos os estados. Caso contrário seria impossível os percepcionar. Um bebé, por exemplo, consiste de todas as mesmas partes que um adulto, mesmo que ele não precise das suas pernas por enquanto.
Neste momento eu percepciono o mundo dentro dos meus cinco sentidos: olfacto, paladar, tacto, visão e audição. Toda a informação entra em mim através destes sentidos e é unida no meu subconsciente, que cria uma imagem do mundo que vejo. Como resultado, eu percepciono-me a mim mesmo – uma sensação que vem maioritariamente do sentido do tacto, que me faz sentir pressão interna e externa no meu corpo. Além disto, eu experimento-me a mim mesmo e ao mundo que me rodeia através da audição, visão, paladar e olfacto. Ao grau que os meus desejos aumentam ou esvaecem, experimento-me a mim mesmo em estados diferentes.
Quando os meus desejos se tornam mais revelados, eu começo a sentir a influência do mundo circundante. Mas na realidade, o mundo externo não existe; são os meus próprios desejos que estão divididos em internos e externos. Mais especificamente, eles estão divididos em cinco níveis: Shoresh, Neshama, Guf, Levush, e Heichal (raiz, alma, corpo, veste e castelos). Alternativamente, eles podem ser chamados Keter, Chochmá, e Bina (que são os meus desejos internos), e Zeir Anpin e Malchut (estes são os desejos externos).
Nos meus desejos internos (raiz, alma e corpo) eu sinto-me a mim mesmo. Os desejos chamados veste e castelos são também os meus desejos, mas são os que sou incapaz de aproximar até mim e absorver; Eu não os consigo apegar a mim mesmo tão firmemente para que estejam dentro de mim. É por isso que me parece que o mundo inteiro existe à minha volta. "Veste" refere-se não a roupas, mas a algo que está fora de mim porém próximo a mim, ao passo que "castelos" refere-se a todo o resto do mundo, que está mais distante de mim.
Contudo, a divisão inteira existe apenas na minha percepção. Se eu corrijo os meus desejos para que todos eles se unam dentro de mim, presos por uma tela (uma acção anti-egoísta), então irei descobrir que o universo inteiro está dentro de mim. Eu não sinto mais como se algo estivesse a tomar lugar ou a existir fora de mim.
A sensação que eu vivo num mundo enorme, espaçoso e multi-facetado vem do facto de que os meus desejos estão por corrigir. Afinal, eu vivo no meu desejo, dado que ele foi a única coisa criada pelo Criador.
IN LAITMAN.COM