Uma pergunta que recebi: Você disse que quando estudamos O Livro do Zohar, é necessário seguir duas condições:
Como é que Malchut do Mundo de Atzilut estabelece uma ligação com Zeir Anpin do Mundo de Atzilut? Aplicam-se também estas duas condições a ele?
- Eu tenho de pensar acerca de desejar unir-me com outras almas,
- Eu devo desejar ver-me a mim mesmo a participar em todas as acções descritas neste livro.
A Minha Resposta: Malchut não existe a menos que nos sintonizemos a ele sob as condições mencionadas. Nada existe excepto o Infinito; não existem graus e mundos. Mas assim que eu executo uma acção que tem equivalência de forma com o Criador, ou afirmando de forma diferente, assim que eu me torne similar ao Criador na mais ligeira medida, condizendo com Ele com os mais pequenos dez Sefirot, esta acção constrói imediatamente uma escada de graus. Esta escada é um relacionamento entre mim – o ponto composto de dez Sefirot, e o Criador – o Mundo do Infinito.
É explicado no exemplo em que estou situado em frente ao Anfitrião, mas Ele está completamente ocultado de mim porque eu desejo tudo para meu próprio bem, que me faz completamente oposto a Ele. Assim que eu consigo levar a cabo a condição da Primeira Restrição (Tzimtzum Alef), em que paro de receber para mim mesmo, eu revelo a presença do Anfitrião. É então que começo a encontrar-me com Ele. O Anfitrião diz, "Aceita a comida que preparei para ti!" Mas eu tenho de a rejeitar porque caso contrário, o Anfitrião iria esconder-se novamente devido a mim violando a lei da equivalência de forma.
Eu tenho de levar a cabo a condição da Primeira Restrição – não receber nada para mim mesmo excepto o que é essencial. Então, se eu recebo algo do Anfitrião, será apenas de forma a revelar o meu amor por Ele – de receber em prol de doar. Eu primeiro tenho de desejar ser similar a Ele, de ser a Luz de Hassadim, na linha direita, em que desejo fazer bem a Ele porque O amo e desejo aproximar-me a Ele. Neste ponto eu não recebo nada D'Ele por enquanto; todo este trabalho toma lugar na linha direita.
O Anfitrião está à minha frente, mas eu rejeito as delicias que ele me oferece porque eu não quero receber nada para meu próprio bem, e não tenho a força de receber em prol de doar ainda. Desta maneira, eu revelo desejos cada vez maiores e afasto-os de forma a estar próximo ao Anfitrião, a ter equivalência de forma com Ele. Isto significa que estou a trabalhar na linha direita.
O Anfitrião está a persuadir-me a aceitar a comida, mas eu rejeito-a repetidas vezes. Contudo, independentemente ali existe uma ligação entre nós. Por outras palavras, eu estudo a ciência da Cabala, eu estou ligado ao Criador, Ele influencia-me, e eu trabalho em mim mesmo.
Finalmente, sob a influência da Luz Superior, eu chego a um estado em que consigo receber em prol de doar. Eu começo a trabalhar na linha esquerda, a me ligar a ela, e a atrai-la para linha direita à medida que posso "comer" um pedaço dela, de "provar" o prazer em prol de agradar ao Anfitrião. Este trabalho é mais avançado e toma lugar na linha do meio.
Neste caso, eu estabeleço uma ligação com o Anfitrião. Assim que começo a adquirir certa ligação com Ele – mesmo no nível mínimo de “Hafetz Chesed” (desejando nada para mim), o estado de um embrião, em que começo a aderir ao fundo do ventre com o ponto no coração, então eu estou pronto a estar ligado ao Criador, e há uma escada de graus entre nós.
Eu sou o que constrói esta escada de graus. Assim que eu fiz um dos meus desejos similares ao Criador, ou até um por cento de um desejo, então já há uma escada de graus entre nós. Eu elevei-me um por cento mais alto nesta escada, e a distância, a ocultação entre mim e o Criador é agora 99%. Porém, eu já tenho uma ligação com Ele.
Todavia, se eu ainda não tiver equivalência com Ele – seja no nível da restrição (Tzimtzum Alef), o grau de “Hafetz Chesed” (o retorno do temor), ou o nível de "recepção em prol de doar” (o retorno do amor), isto significa que ainda não há escada dos mundos em mim. Por agora, a minha alma é apenas o ponto no coração, o desejo pela raiz da vida que se revelou em mim.
Todas as palavras e todos os graus estão dentro da pessoa, mas eles são revelados quando o seu ponto no coração adquire a primeira qualidade espiritual, a qualidade de dar. Esta qualidade espiritual revela imediatamente a ligação entre mim e o infinito – o estado corrigido, dado que ele é parte deste estado corrigido.
Desta forma, neste momento temos de nos concentrar inteiramente no nosso ponto no coração – como o revelar e como revelar pelo menos certa medida de equivalência de forma com o Criador dentro dele. Quando o revelamos, então ganhamos uma ligação com o Criador. E até que isso aconteça, esta ligação existe apenas do Seu lado, não do nosso.
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