Matan Torá (A Entrega da Torá)
“Ama teu amigo como a ti mesmo” (Levítico 19:18)
Rabi Akiva diz, “Esta é uma grande regra [11] na Torá.”Esta afirmação de nossos sábios exige explicação. A palavra Klal (colectivo / regra) indica uma soma de detalhes que, quando juntados, formam o colectivo acima. Então, quando ele diz sobre o Mitzva, “ama teu amigo como a ti mesmo,” que esta é uma grande Klal na Torá, nós devemos compreender que o resto dos 612 Mitzvot (preceitos) na Torá, com todas as suas interpretações, são não mais e não menos que a soma dos detalhes inseridos e contidos nesse único Mitzva (singular de Mitzvot), “ama teu amigo como a ti mesmo.”Isto é bastante perplexo, porque você pode dizer isto considerando Mitzvot entre homem e homem, mas como pode esse Mitzva singular conter todos os Mitzvot entre homem e Deus, que são a essência e a vasta maioria das leis?2) E se ainda conseguirmos esforçar-nos para encontrar alguma maneira de reconciliar estas palavras, chega perante nós um segundo dizer, ainda mais conspícuo, sobre um convertido que chegou perante Hillel (Shabbat 31) e lhe disse: “Ensina-me toda a Torá enquanto ficando sobre uma perna.” E ele respondeu: “O que quer que odeies, não faças ao teu amigo” (a tradução de “ama teu amigo como a ti mesmo”), e o resto é seu comentário; vai estudar.Aqui perante nós está uma clara lei, que em todos os 612 Mitzvot e em todos os escritos na Torá não há nenhum que seja preferido ao Mitzva, “ama teu amigo como a ti mesmo.” Isto é porque eles só se direccionam a interpretar e nos permitir a manter o Mitzva de amar os outros adequadamente, dado que ele diz especificamente – “o resto é seu comentário; vai estudar.” Isto significa que o resto da Torá e suas interpretações desse Mitzva uno, que o Mitzva de amar teu amigo como a ti mesmo não poderia ser completado se não fossem eles.3) Antes que mergulhemos no cerne da questão, devemos observar esse Mitzva, dado que fomos comandados: “ama teu amigo como a ti mesmo.” As palavras ‘ti mesmo’ dizem-nos, “ama teu amigo na mesma medida que tu te amas a ti mesmo, nem um pedaço menos.” Por outras palavras, você deve constante e vigilantemente satisfazer as necessidades de cada pessoa na nação Israelita, não menos que você está sempre vigilante para satisfazer suas próprias necessidades.Isto é absolutamente impossível, pois não muitos podem satisfazer as suas próprias necessidades durante o seu trabalho diário, então como pode você dizer-lhes para satisfazer os desejos da nação inteira? E nós não podíamos possivelmente que a Torá exagera, pois ela nos avisa para não adicionar ou subtrair, indicando que estas palavras e leis foram dadas com absoluta precisão.4) E se isto ainda não for suficiente para si, eu irei dizer-lhe que a simples explicação desse Mitzva de amar o seu similar é ainda mais rígida, pois nós devemos colocar as necessidades dos nossos amigos antes das nossas próprias. É como nossos sábios escreveram (Kidushin p 20) relativamente ao verso “pois ele está feliz contigo” (Deuterónimo 15:16), em relação ao escravo Hebraico: “quando às vezes ele tem apenas uma almofada, se ele se deitar sobre ela ele próprio e não a der ao seu escravo, ele não observa ‘pois ele está feliz contigo,’ pois ele está a deitar-se numa almofada e o escravo, no chão. E se ele não se deitar sobre ela, e não a der ao escravo, também, isso é regra Sodomita.” Acontece que, contra sua vontade, ele deve dá-la ao seu escravo, enquanto o próprio mestre se deita no chão.Nós também descobrimos a mesma regra no nosso verso sobre a medida de amar o seu similar, pois aqui, também, o texto compara a satisfação das necessidades do amigo à satisfação das suas próprias necessidades, como com o exemplo de “pois ele está feliz contigo” em relação ao escravo Hebraico. Então, aqui também, se ele tem apenas uma cadeira e o seu amigo não tem nenhuma, a lei é que se ele se sentar sobre ela e não a der ao seu amigo, ele quebra o Mitzva, “ama teu amigo como a ti mesmo,” dado que ele não está a preencher as necessidades do seu amigo como ele preenche as suas próprias.E se ele não se senta sobre ela e também não a dá ao seu amigo, é tão mau como regra Sodomita. Desta forma, ele deve deixar o seu amigo sentar-se sobre ela enquanto ele mesmo se senta no chão ou fica de pé. Claramente, esta é a lei relativamente a todas as necessidades que um tem, e as carências de seu amigo. E agora vá e veja se este Mitzva é de alguma maneira viável.5) Devemos primeiro compreender porque a Torá foi dada especificamente à nação Israelita e não de todo aos povos do mundo igualmente. Haverá, Deus nos livre, nacionalismo envolvido aqui? É claro, só uma pessoa insana pensaria isso. Na verdade, nossos sábios examinaram esta pergunta, e isto é o que eles pretendiam dizer com suas palavras (Avoda Zarah 2): “Deus deu-a a cada nação e língua e eles não a receberam.”Mas o que eles acham desconcertante é porque é que, então, fomos nós chamados “o povo escolhido,” como está escrito: “o Senhor teu Deus te escolheu” (Deuterónimo 7:6), dado que não houve outra nação que a quisesse? Além do mais, há uma pergunta fundamental na questão: Poderá ser que o Criador veio com a Sua lei nas Suas mãos para negociar com aqueles povos selvagens? Tal coisa nunca se ouviu e é completamente inaceitável.6) Mas quando nós compreendemos totalmente a essência da Torá e Mitzvot que nos foram dados a nós, e seu desejado propósito, à medida que nossos sábios nos instruiram, que é o propósito da grande Criação que é apresentada perante nossos olhos, então nós iremos compreender tudo. Pois o primeiro conceito é que não há qualquer acção sem um propósito. E não há excepção a esta regra excepto dos mais inferiores da espécie humana ou crianças. Desta forma, é certo que o Criador, cuja exaltação está além da concepção, não agiria - seja uma grande ou pequena acção acção - sem um propósito.Nossos sábios dizem-nos sobre isso, que o mundo não teria sido criado a não ser pelo propósito de manter a Torá e Mitzvot, isto é, como nossos sábios explicaram, que a direcção do Criador do tempo em que Ele criou Sua Criação é de revelar Sua Divindade aos outros. Isto é porque a revelação da Sua Divindade alcança a chega à criatura tomo agradável recompensa que é sempre crescente até que ela chegue à desejada medida.E com isso, os humildes elevam-se com verdadeiro reconhecimento e se tornam uma carruagem para Ele, e para se apegarem a Ele, até que eles cheguem à sua sua conclusão final: “Nem o olho viu um Deus além de ti” (Isaías 64:3). E devido à grandeza e glória dessa perfeição, a Torá e a profecia, também, se abstêm de proferir sequer uma única palavra de exageração aqui, como nossos sábios disseram (Berachot 34), “Todos os profetas fizeram suas profecias apenas para os dias do Messias, mas para o próximo mundo, nem o olho viu um Deus além de ti.”Esta perfeição é expressa nas palavras da Torá e da profecia e nas palavras de nossos sábios na simples palavra, Dvekut (adesão). Mas para o uso generalizado desta palavra pelas massas, ela perdeu praticamente todo o seu conteúdo. Mas se você tardar nessa palavra por sequer um instante, você ficará oprimido pela sua maravilhosa estatura, pois você irá descrever a exaltação do Criador e a humildade da criatura. Então você será capaz de percepcionar o valor de Dvekut de um com o outro, e você irá compreender porque nós atribuímos a essa palavra o propósito de toda a Criação.Acontece que o propósito de toda a Criação é que as humildes criaturas sejam capazes, ao manter Torá e Mitzvot, de se elevarem sempre subindo, sempre desenvolvendo, até que elas sejam recompensadas com Dvekut com seu Criador.7) Mas aqui vêm os Cabalistas e pergunta, porque não fomos nós criados com esta alta estatura de adesão para começar? Qual é a razão pela qual Ele nos ter carregado com este trabalho da Criação e a Torá e Mitzovt? E eles responderam: “O que come o que não é seu, tem medo de olhar para a sua face.” Isto significa que o que come e desfruta do trabalho do seu amigo tem medo de olha para a sua face pois ao fazê-lo também ele se torna cada vez mais humilhado até que ele perca a sua forma humana. E porque o que se estende da Sua totalidade não pode ser carente, Ele deu-nos espaço para ganharmos nossa exaltação por nós mesmos, através de nosso trabalho em Torá e Mitzvot.Estas palavras são as mais profundas e eu já as expliquei no meu livro, Panim Me’irot uMasbirot à Árvore da Vida, Ramo Um, e no livro, O Estudo das Dez Sefirot, Reflexão Interna, Parte Um. Aqui eu irei explicá-las brevemente para as fazer compreensíveis a todos.8) Esta questão é como um homem rico que levou um homem do mercado e o alimentou e lhe deu ouro e prata e todos os desejáveis a cada dia. E cada dia ele regou-o com mais presentes que o dia anterior. Finalmente, o homem rico perguntou, “Conta-me, foram todos os teus desejos preenchidos?” E ele respondeu, “Nem todos os meus desejos foram preenchidos, pois quão bom e quão agradável seria se todas essas posses e coisas preciosas tivessem vindo até mim através de meu próprio trabalho, como elas vieram até si, e eu não estivesse a receber a caridade da sua mão.” Então o homem rico disse-lhe: “Neste caso, nunca nasceu uma pessoa que pudesse preencher os seus desejos.”Isto é uma coisa natural, dado que por um lado, ele experimenta maior e maior prazer, quanto mais ele rega presentes sobre ele, mas pelo outro, é difícil para ele tolerar a vergonha da bondade excessiva que o homem rico dá sobre ele. Isto é porque há uma lei natural que o receptor sente vergonha e impaciência ao receber presentes do dador por compaixão e piedade.Daqui se estende uma segunda lei, que nunca irá alguém ser capaz de satisfazer as necessidades de seu amigo na totalidade, pois derradeiramente ele não será capaz de lhe dar a natureza e a forma domínio sobre si mesmo, pois apenas com isto é a desejada perfeição alcançada.Mas isto relaciona-se apenas às criaturas, ao passo que em respeito ao Criador, é completamente impossível e inaceitável. E esta é a única razão pela qual Ele preparou para nós a labuta e o trabalho da Torá e Mitzvot, para produzir nossa exaltação por nós mesmos, pois então o deleite e o prazer que vêm até nós D'Ele, isto é tudo o que está incluído em Dvekut com Ele, será tudo nossa própria posse que tem de vir até nós através de nossos próprios esforços. Então iremos sentir-nos a nós mesmos como os proprietários, sem o qual não pode haver uma sensação de plenitude.9) Certamente, nós precisamos de examinar o coração e a fonte desta lei natural, e quem foi que apadrinhou o defeito da vergonha e impaciência que nós sentimos ao receber caridade de outrem. É compreendido de uma lei que é conhecida aos cientistas, que cada ramo carrega a mesma medida que sua raiz, e que o ramo também deseja, procura, e anseia, e beneficia de todas as condutas da raiz. Inversamente, todas as condutas que não estão na raiz, sua raiz remove-se a si mesma delas, não as pode tolerar, e é prejudicada por elas. Esta lei existe em cada raiz e seu ramo e não pode ser violada.Agora aqui se abre perante nós uma porta para compreender a fonte de todos os prazeres e dores no nosso mundo. Dado que o Criador é a raiz das Suas criações, nós sentimos tudo o que existe em Ele e se estende até nós directamente D'Ele como agradável e delicioso, pois nossa natureza é próxima à nossa raiz. E tudo o que não está em Ele, e não se estende até nós directamente D'Ele, mas contradiz a própria Criação, será contra a nossa natureza e difícil para nós o tolerar. Então, nós amamos repousar e odiamos nos mover tanto, que nós não fazemos um único movimento se não pela realização do repouso. Isto é porque nossa raiz é imóvel mas em repouso, e nenhum movimento existe em Ele que se pareça. Desta forma, é contra nossa natureza e repugnante para nós.Pelo mesmo motivo, nós amamos sabedoria, força, e riqueza, etc. pois todas estas existem em Ele que é nossa raiz. E então, nós odiamos seus opostos, tais como tolice, fraqueza, e pobreza, dado que eles não existem na nossa raiz de todo. Isto faz-nos sentir odiosos e repugnados, e doí-nos imensurávelmente.10) Isto é o que nos dá o abominável sabor da vergonha e impaciência quando nós recebemos de outros por meio de caridade, pois no Criador não há tal coisa como recepção de favores, pois de quem receberia Ele? E porque este elemento não existe na nossa raiz, nós sentimos-o como repulsivo e repugnante. Por outro lado, nós sentimos deleite e prazer cada vez que damos sobre os outros, dado que essa conduta existe na nossa raiz, a qual ela dá todos.11) Agora nós descobrimos uma maneira de examinar o propósito da Criação, que é de nos apegarmos a Ele, na sua verdadeira aparência. Esta exaltação e Dvekut, que é garantida a vir até nós através de nosso trabalho em Torá e Mitzvot, é não mais e não menos que a equivalência dos ramos com sua raiz. Toda a gentileza e prazer e sublimidade tornam-se uma medida natural aqui, como dissemos acima, que prazer é apenas a equivalência de forma com seu Fazedor. E quando nós equalizamos em cada conduta com nossa raiz, nós sentimos deleite.Também, tudo o que encontramos que não está na nossa raiz torna-se intolerável, repugnante, ou consideravelmente doloroso para nós, como é necessitado por esse conceito. E nós naturalmente descobrimos que a nossa própria esperança depende da medida da nossa equivalência de forma com nossa raiz.12) Estas foram as palavras de nossos sábios (Beresheet Rabba 44) quando eles perguntaram, “Porque deve o Criador se importar se uma pessoa abate na garganta ou na nuca?” Afinal, as Mitzvot foram dadas apenas para purificar as pessoas, e essa purificação significa a purificação do corpo turvo, que é o propósito que emerge da observação de toda a Torá e Mitvot.“Um asno selvagem será feito homem” (Jó 11:12), porque quando alguém emerge do seio da Criação, ele está em absoluta imundice e humildade, isto é uma multidão de amor-próprio que está impresso em ele, cujo cada movimento revolve somente à volta de si mesmo, sem uma tira de doação sob os outros.Logo, então a pessoa está na longínqua distância da raiz, no outro fim, dado que a raiz é toda doação sem uma pitada de recepção, ao passo que o recém-nascido está num estado de completa recepção própria sem uma pitada de dar. Desta forma, a sua situação é considerada como estando no ponto mais inferior da humildade e imundice no nosso mundo humano.Quanto mais ele cresce, mais ele recebe do seu meio ambiente porções de “dar sob os outros,” dependendo dos valores e desenvolvimento nesse ambiente. E então uma pessoa é iniciada a manter Torá e Mitzvot pelo propósito de amor próprio, por recompensa neste mundo e no mundo vindouro, chamado Lo Lishma (não em Seu nome), dado que ela não pode ser acostumada de outra maneira.À medida que uma pessoa cresce, é lhe dito a como manter Torá e Mitzvot Lishma (em Seu nome), que é com uma direcção de somente trazer contentamento ao seu Fazedor. Como o RAMBAM disse, “Mulheres e crianças não devem ser ditas a manter Torá e Mitzvot Lishma, pois elas não serão capazes de o suportar. Mas quando elas crescem e adquirem conhecimento e sabedoria, elas são ensinadas a trabalhar Lishma.” É como nossos sábios disseram, “De lo Lishma, um chega a Lishma,” que é definido pela direcção de trazer contentamento ao seu Fazedor e não por qualquer amor próprio.Através do remédio natural do empenho em Torá e Mitzvot Lishma, os quais o Dador da Torá conhece, como nossos sábios escreveram (Kidushin 30), “O Criador diz, ‘Eu criei a inclinação do mal, Eu criei para ela a Torá como tempero.’” Logo, essa criatura desenvolve e marcha para cima nos graus da exaltação mencionada acima, até que ela perca todos os remanescentes de amor próprio e todos os Mitzvot no seu corpo se elevem, e ele executa todas suas acções apenas para dar, então até a necessidade que ele recebe flui na direcção de dar, para que ele possa dar. É por isto que nossos sábios disseram, “Os Mitzvot foram dados apenas para com que purificar as pessoas.”13) Existem duas partes na Torá: 1) Mitzvot entre homem e Deus, e 2) Mitzvot entre homem e homem. E ambos eles se direccionam à mesma coisa – a trazer a criatura ao propósito final de Dvekut com Ele.Além do mais, até o lado prático ambos estes é verdadeiramente um e o mesmo, pois quando alguém executa uma acção Lishma, sem qualquer mistura de amor próprio, isto é sem encontrar qualquer beneficio para si mesmo, então ele não sente qualquer diferença se está a trabalhar para amar o seu amigo ou para amar o Criador.Isto é assim pois é uma lei natural para qualquer ser, que qualquer coisa fora do seu próprio corpo é considerado como irreal e vazio. E qualquer movimento que uma pessoa faça para amar outra é executado com uma Luz Reflectida, e certa recompensa que irá eventualmente voltar para ela e servi-la para seu próprio bem. Então, tal uma acção não pode ser considerada “amor de outro” pois ela é julgada pelo seu fim. É como renda que finalmente compensa. Porém, a acção de arrendar não é considerada amor de outro.Mas fazer qualquer tipo de movimento apenas como um resultado de amor de outros, sem qualquer centelha de Luz Reflectida, e nenhuma esperança de qualquer tipo de gratificação própria em troca, é completamente impossível por natureza. Está escrito no Tikkuney Zohar sobre isso em respeito às nações do mundo: “Cada graça que eles fazem, eles fazem por si mesmos.”Isto significa que todas as boas acções que eles fazem, seja para com seus amigos ou para seu Deus, não são devido a seu amor pelos outros, mas devido a seu amor por si mesmos. E isso é porque é completamente antinatural.Desta forma, apenas os que mantêm Torá e Mitzvot são qualificados para isso, pois ao se acostumarem a si mesmos a manter Torá e as Mitzvot de forma a trazer contentamento ao seu Fazedor, eles gradualmente abandonam o seio da criação natural e adquirem uma segunda natureza, sendo o supramencionado amor de outros.Isto é o que trouxe os sábios de O Zohar a excluir as nações do mundo de amar seus similares, quando eles disseram, “Cada acção de graça que eles fazem, eles fazem por si mesmos,” pois eles não estão envolvidos em manter Torá e Mitzvot Lishma, e a única razão que eles servem seus deuses é por recompensa e salvação neste mundo e no próximo. Então, sua adoração por seus deuses é devido ao amor próprio, também, e eles nunca executarão uma acção que esteja fora das fronteiras dos seus próprios corpos, pelas quais eles sejam capazes de se levantar a si mesmos sequer um punhado acima de sua natureza básica.14) Logo nós podemos claramente ver que para os que mantêm Torá e Mitzvot Lishma, não há diferença entre as duas partes da Torá, até no lado prático. Isto é porque antes que a pessoa o concretize, ela é compelido a sentir qualquer acção de doar– seja para outra pessoa ou para o Criador – como vazio além da concepção. Mas através de grande esforço, ela lentamente sobe e alcança uma segunda natureza, então ela alcança o objectivo final, que é Dvekut com Ele.Uma vez que este é o caso, é razoável pensar que a parte da Torá que lida com os relacionamentos do homem com seu amigo é mais capaz de trazer a pessoa ao desejado objectivo. Isto é porque o trabalho em Mitzvot entre homem e Deus é fixo e especifico, e não é exigente, e uma pessoa torna-se facilmente acostumada a ele, e tudo o que é feito por hábito não é mais útil. Mas os Mitzvot entre homem e homem são mutáveis e irregulares, e exigem o que o rodeia para onde quer que ele se volte. Então, sua cura é muito mais certa e sua direcção é próxima.15) Agora nós podemos compreender as palavras de Hillel Hanasi para o prosélito, que a essência da Torá é, “Ama teu amigo como a ti mesmo,” e os remanescentes seiscentos e doze Mitzvot são apenas uma interpretação dela. E até os Mitzvot entre homem e Deus são considerados como uma qualificação desse Mitzva, que é a direcção final emergindo da Torá e Mitzvot, como nossos sábios disseram, “A Torá e Mitzvot foram dados apenas para purificar Israel” (Item 12). Esta é a purificação do corpo até que uma pessoa alcance uma segunda natureza definida como “amor de outros,” isto é o Mitzva singular: “Ama teu amigo como a ti mesmo,” que é a direcção final da Torá, após o qual alguém imediatamente alcança Dvekut com Ele.Mas uma pessoa não se deve perguntar porque não foi ele definido nas palavras: “E tu amarás o Senhor teu Deus, com todo teu coração e toda tua alma e com todo teu poder” (Deuterónimo 6:5). É porque certamente, em respeito a uma pessoa que está ainda dentro da natureza da Criação, não há diferença entre o amor de Deus e o amor do seu similar.Isto é porque alguma coisa que não seja ele é irreal para ele. E porque esse prosélito pediu a Hillel Hanasi para lhe explicar o desejado resultado da Torá, para que seu objectivo estivesse próximo, e ele não tivesse de percorrer um longo caminho, como ele disse, “Ensina-me o todo da Torá enquanto eu fico sobre uma perna;” então, ele definiu-o para ele como amor de seu amigo porque sua direcção é mais próxima e é revelada mais rápido (Item 14), dado que é à prova de erro e é exigente.16) Nas palavras acima, nós descobrimos uma maneira de compreender nosso conceito do mencionado (Items 3 and 4) sobre os conteúdos desse Miztva, “Ama teu amigo como a ti mesmo,” como a Torá nos compele a fazer algo que não pode ser feito.Certamente, saiba que por esta razão, a Torá não foi dada a nossos sagrados pais – Abraão, Isaac e Jacó – mas foi mantida até ao êxodo do Egipto, quando eles escaparam e se tornaram uma nação completa de seis centenas de milhares de homens de vinte anos de idade ou mais. Pois então, a cada membro da nação foi perguntado se ele concordava com ela em coração e alma, e disseram “Nós faremos e nós escutaremos,” e então tornou-se possível manter o todo da Torá, e o que era anteriormente impossível se tornou possível.Isto é porque é certo que se seis centenas de milhares de homens abandonam seu trabalho pela satisfação de suas próprias necessidades e não se preocupam com nada a não ser ficarem de guarda para se seus amigos nunca necessitem de uma coisa, e além do mais, que eles o manteriam com um poderoso amor, com todo o seu próprio coração e alma, no completo sentido do Mitzva, “Ama teu amigo como a ti mesmo,” então é sem dúvida que nenhum homem da nação precisará de se preocupar com o seu próprio bem estar.Devido a isso, ele torna-se completamente livre de assegurar a sua própria sobrevivência e pode facilmente manter o Mitzva, “Ama teu amigo como a ti mesmo,” obedecendo a todas as condições dadas nos Itens 3 e 4. Afinal de contas, porque se preocuparia ele sobre sua própria sobrevivência quando seiscentos mil leais amantes estão por perto, prontos com grande cuidado para se certificarem que não lhe falta nada de suas necessidades?Desta forma, assim que todos os membros da nação concordaram, foi-lhes dada imediatamente a Torá, pois agora eles eram completamente capazes de a manter. Mas antes que eles se tivessem multiplicado em toda uma nação, e certamente durante o tempo de seus pais, que eram únicos na terra, eles não eram qualificados a verdadeiramente manter a Torá na sua forma desejável. Isto é porque com um pequeno número de pessoas, é impossível de sequer começar com o empenho em Mitzvot entre homem e homem à medida de “Ama teu amigo como a ti mesmo,” como nós explicámos nos Itens 3 e 4. É por isto que não lhes foi dada a Torá.17) De tudo o acima, nós podemos compreender uma das frases mais perplexas de nossos sábios: “Todos de Israel são responsáveis um pelo outro.” Isto parece ser completamente injusto, pois é possível que se alguém peque ou cometa um pecado que transtorne seu Fazedor, e você não tenha qualquer conhecimento com ela, o Criador coleccione sua divida de si? Está escrito, “Pais não serão condenados à morte por crianças… cada homem será condenado à morte por seu próprio pecado” (Deuterónimo 24:16), então como podem eles dizer que você é responsável pelos pecados de sequer um completo estranho, de quem você não conhece nem a ele nem ao seu paradeiro?E se isso não é suficiente para si, veja Masechet Kidushin, p 40b: “Rabi Elazar, o filho de Rabi Shimon, diz: ‘Dado que o mundo é julgado por sua maioria e o individuo é julgado por sua maioria, se ele executou um Mitzva, feliz é ele, pois ele sentenciou o mundo inteiro a uma escala de mérito. E se ele cometeu um pecado, ai para ele, pois ele se sentenciou a si mesmo e ao mundo inteiro a uma escala de pecado, como se diz, ‘um pecador destrói muito bem.’’”E Rabi Elazar, filho de Rabi Shimon, fez-me responsável pelo mundo inteiro, dado que ele pensa que todas as pessoas no mundo são responsáveis uma pela outra, e cada pessoa trás mérito ou pecado a todo o mundo com suas acções. Isto é duplamente perplexo.Mas de acordo com o que foi dito acima, nós podemos compreender suas palavras muito simplesmente; nós mostrámos que cada dos 613 Mitzvot na Torá revolve à volta desse Mitzva singular: “Ama teu amigo como a ti mesmo.” e nós descobrimos que tal um estado pode apenas existir numa nação completa cujo cada membro concorda com ele.[11] Nota de tradutor: A palavra Klal em Hebraico significa tanto ‘regra’ como ‘colectivo.’
quarta-feira, 31 de março de 2010
A Sabedoria da Kabbalah ("recepção" em hebraico) nos ensina a receber e compreender como percebemos a realidade ao nosso redor. Para entendermos quem somos, primeiro precisamos entender como percebemos o mundo que nos rodeia.
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