Artigos de Baal HaSulam
Pri Hacham. Igrot (Cartas) Pág. 25
1 de Maio, 2003
"Uma Parábola sobre um Rei"
- Negrito e em citações: Texto original de Baal HaSulam
- Normal: Comentários de Dr. Laitman
- itálico em minúsculas: palavras enfatizadas
- itálico em Maiúsculas: transliteração do Hebraico
Baal HaSulam escreve:
"Uma parábola sobre um rei se tornou afeiçoado do seu servo..." Por outras palavras, o Criador escolhe uma pessoa ou servo. Porquê um servo? Porque esta pessoa está completamente sob a influência do Criador, ou sob a influência da sua própria natureza. As condições internas naturais de uma pessoa assim como todas as condições externas são obviamente criadas pelo Criador.
E assim, "Uma parábola sobre um rei que se afeiçoou a seu servo até que ele quis elevá-lo acima de todos os ministros." Isto é, acima de todas as forças com as quais o Criador controla este servo.
Uma pessoa neste mundo é controlada por várias forças do lado do Criador. Elas despertam propriedades específicas dentro da pessoa e formam condições especificas à volta dela de tal maneira que a pessoa é um servo das suas condições internas e externas.
Uma pessoa é feita do primeiro e único material chamado "o desejo de se deleitar" ou egoísmo. Devido a isto ela faz um calculo cada altura, como usar este egoísmo para sofrer menos e preencher-se a si mesma mais.
Ela faz constantemente um calculo muito simples: como alcançar o preenchimento máximo com os mínimos esforços. Dentro de nós existe um programa muito interessante. Este é o programa da maximização de prazer com minimização de esforços.
E assim, o Criador escolhe uma pessoa e deseja elevá-la acima de todas as condições que são chamados seus ministros.
"Uma parábola sobre um rei que se afeiçoou a seu servo até que ele o quis elevar acima de todos os ministros, pois ele tinha reconhecido verdadeiro e firme no seu coração." É claro, o servo não compreende isto. O Criador vê isto porque foi especificamente Ele que colocou o ponto no coração em seu servo ou esta pessoa. Ele é chamado uma parte do Criador, e é dado de cima. Contudo, este ponto no coração é apenas um ponto. Além do mais, ele não está lá devido à pessoa, em vez disso, foi feito pelo Criador.
Então o que pode ser feito para a pessoa ascender acima da sua própria natureza ao nível do Rei, ou ao nível do Criador? Se o Próprio Criador faz isto então Ele irá criar um fantoche, o mesmo que é no nosso mundo neste momento a um nível mais pequeno. Ele irá simplesmente elevá-lo e fazer um grande fantoche dele, mas este não será um individuo independente que é similar e igual a Ele na sua liberdade, poder, realização e possibilidades.
É por isso que ele diz: "Contudo, não é comportamento real de elevar um ao mais alto nível de uma vez sem uma razão aparente", significando, sem uma pessoa tendo condições prévias para isso.
"Em vez disso, o comportamento real é de revelar as razões para todos com grande sabedoria." O que "compele o Rei a revelar a todos" significa? Para quem tem o Rei uma obrigação? Ele não tem uma obrigação para ninguém.
"De revelar a todos" significa revelar a todas as propriedades dentro de uma pessoa que a controlam. Isto é, de revelar a todos os ministros que a pessoa está acima deles. Em acréscimo, de fazer isto de uma maneira que todos os esforços seriam feitos pela própria pessoa, para que a pessoa tome qualquer uma das propriedades que o Criador lhe envia e corrigi-la de tal maneira que ele se tornará o chefe deste ministro, ou o chefe desta propriedade.
"O que fez ele?" de forma a elevar uma pessoa ao seu nível, mas para que a pessoa caminhasse independentemente este caminho e se tornasse igual ao Rei desta maneira? "Ele nomeou o servo um guarda no portão da cidade..." Ele pega nesta pessoa e nomeia-a como um guarda. Um guarda de quê? Seu próprio egoísmo! Para se certificar que ele não o usa por seu próprio bem.
Isto significa: "Ele nomeou o servo um guarda no portão da cidade, e contou a um ministro que era um esperto brincalhão a fingir se rebelar contra a realeza, e declarar guerra para conquistar a casa enquanto o guarda está desprevenido."
O ministro fez o que o Rei mandou: muito circunspecta e habilmente ele fingiu querer capturar o castelo do Rei. E o servo que estava a guardar a tesouraria lutou até à morte, defendendo seu Rei, lutando contra o ministro disfarçado com grande coragem, sem poupar qualquer força, sem poupar sua vida, e seu amor ao Criador foi revelado a todos.
Obviamente, o servo não compreendeu que o Próprio Criador enviou seu ministro que estava disfarçado como um culpado que queria capturar o castelo do Rei, para matar o Rei e tomar seu lugar. Isto é, o Criador concede a uma pessoa a chance de ser guarda de Seus aposentos.
Após o servo ter lutado até à morte, não poupando e completamente não pensando sobre si mesmo, seu amor inteiro pelo Rei foi revelado. "Então o ministro tirou seu disfarce e houve grande riso pois ele tinha lutado tão ferozmente, e agora se apercebia que havia apenas ficção aqui, não realidade. Eles riram-se mais quando o ministro contou a profundidade das imaginações da sua crueldade e o medo que ele tinha visionado. Cada item singular nesta terrível guerra tornou-se uma rodada de riso e grande alegria."
Isto é exactamente o que acontece connosco quando nós tentamos estarmos conectados com o Criador e ao mesmo tempo recebemos todos os tipos de obstáculos. Nós não suspeitamos que estes obstáculos também vêm até nós do Criador.
O Criador confunde-nos tanto que não há meio de nós sabermos que isto vem verdadeiramente de Ele. Contudo, nossa devoção a Ele e nossa prontidão a nos conectarmos a Ele é testada especificamente na ocultação do Criador. É então que a prontidão de batalhar contra nosso próprio egoísmo é testada. Onde quer que os medos, incerteza, desilusões, e sofrimentos sejam percepcionados, é aí que a verdadeira alegria pode ser revelada.
"Porém, ele é ainda um servo, ele não é estudioso. Como pode ser ele elevado..." para ser igual ao Rei: ele tem apenas de provar sua devoção ao Rei e sua prontidão a o defender. Ele provou que ele pode ser um verdadeiro guarda do Rei, isto é, seu egoísmo não é um obstáculo para ele nesta área.
Como nós dizemos, uma pessoa executou um Tzimtzum em si mesma, adquiriu os Kelim de-Hashpa'a, ou o desejo de dar todo o seu ser ao Criador. No servo, esta propriedade foi criada pela primeira luta com o culpado.
Embora, ele ainda não esteja completamente treinado a estar acima dos ministros, isto é a agir e governar no seu lugar. Ele está apenas treinado para defender contra seu próprio egoísmo, a se defender contra inimigos, mas não ainda para presidir e a ser equivalente em acções ao Criador. Ele tem apenas os Kelim de-Hashpa'a. Ele está protegido do seu próprio egoísmo, ele está pronto para dar tudo ao Criador, mas ele não está pronto para trabalhar com outorga para Ele.
"Como pode ser ele elevado acima de todos os ministros e os servos do rei? Então o rei pensou no seu coração (o Rei pensou no seu coração!) e disse ao ministro que ele deve disfarçar-se a si mesmo como um ladrão e assassino, e travar feroz guerra contra ele. O rei sabia que na segunda guerra ele mostraria maravilhosa sabedoria, e mérito se encontrando na cabeça de todos os ministros."
E quem governa todos os ministros? O próprio Rei. Isto é, na segunda guerra o servo irá adquirir a sabedoria do Criador e a possibilidade de agir da mesma maneira que o Criador.
"Assim, ele nomeou o servo como responsável do tesouro do reino." A primeira vez que ele o colocou a proteger apenas sua tesouraria. O que significa"tesouraria"? Ela é o desejo de receber. Ele teria de enfrentar estes desejos de receber de tal maneira que o seu próprio egoísmo não lá penetraria. Na segunda vez o servo torna-se o guarda não apenas da tesouraria, mas de todos os tesouros do Rei em geral. Por outras palavras, o Rei deu ao servo o governo sobre o reino inteiro.
"O ministro agora vestiu-se como um assassino impiedoso e veio para saquear os tesouros do rei. O pobre nomeado lutou ferozmente e devotadamente, até que a taça ficou cheia. Então o ministro tirou suas roupagens (isto é, o assassino impiedoso tirou o disfarce e revelou-se a si mesmo, revelando que ele era apenas um embaixador enviado pelo Rei) e houve grande alegria e riso no palácio do rei, ainda mais que anteriormente.
"Os detalhes dos truques do ministro (o jogo inteiro que ele tinha jogado com pobre guarda) despertaram grande riso, agora o ministro tinha de se tornar mais esperto que antes porque agora é evidentemente sabido que ninguém é cruel no domínio do rei, (que tudo está sob controlo do próprio Rei) e todos os cruéis são senão brincalhões."
Na primeira vez o servo já tinha aprendido isto e o claro conhecimento permaneceu nele. "Desta forma, o ministro usou grande astúcia para adquirir roupagens do mal."
Então na segunda vez o pobre servo acreditava que há verdadeiramente um culpado à sua frente, e não um ministro em disfarce. Ele lutou até à morte e estava pronto para qualquer coisa para defender seu Rei.
"Todavia, no entretanto, o servo herdou "sabedoria" de conhecimento posterior, e "amor" de conhecimento prévio..." Como resultado das próprias batalhas, e de tudo o que lhe aconteceu a ele como resultado das batalhas e no processo da batalha (o ataque sobre ele e sua repreensão) ele alcança inteligência.
Quando ele alcança o resultado final e se torna revelado que ele veio do Criador, então juntos com a adquirida inteligência e compreensão que este era um jogo, um grande amor pelo Criador também surgiu no servo, porque ele compreende porque este jogo foi necessário. Ele vê o que ele adquiriu como resultado destas falsas batalhas. "...e então foi erguido para a eternidade."
Baal HaSulam diz: "A coisa que tu mais queres escutar me escutar falar é uma à qual eu não posso responder nada. Eu também te contei uma parábola sobre isto face a face, pois "o reino da terra é como o reino do firmamento," e a verdadeira orientação é dada aos ministros. Todavia, tudo é feito de acordo com o conselho do rei e sua assinatura."
Isto é, por um lado nós vemos um enorme mundo à nossa frente, no qual existem forças que parecem estar absolutamente isoladas do Criador, de nenhuma maneira conectadas a Ele e opostas a Ele. Por outro lado, elas vêm necessariamente apenas da ordem directa e mandato do Criador.
"O próprio rei faz não mais que assinar o plano que os ministros inventaram." Isto é, decorrendo do que quer que uma pessoa precise para mais desenvolvimento, decorrendo da Raiz da alma de uma pessoa, os ministros (ou a lei da natureza) preparam nosso próximo estado, eles determinam a maneira na qual obstáculos virão até nós agora mesmo e a maneira pela qual eles nos irão influenciar.
"Se ele encontra um defeito no plano, ele não a corrige.." isto é, cancela uma influência especifica numa pessoa "...mas coloca outro ministro no seu lugar, e o primeiro demite-se do escritório."
Eu quero que você pense sobre o que isso significa, que em vez de um ministro o Rei nomeia outro, se o plano do anterior ministro não é bom e não é conveniente aos olhos do Rei. De que maneira pode ele ser mau? O Rei pode ver um defeito no plano de influencia de uma força sobre uma pessoa? Significa isso que as forças podem elaborar seus próprios planos? Têm elas alguma livre vontade? Porque escreve Baal HaSulam desta maneira?
Olhem para o que ele diz:
"O próprio rei não faz mais que assinar o plano (ele apenas afirma o plano) que os ministros inventaram." Os ministros elaboram um plano, as forças da natureza que nos influenciam juntam-se e causam um efeito sobre uma pessoa.
Mas antes que elas comecem a influenciar uma pessoa, o plano por assim dizer, atravessa a revisão do Criador. E se o Criador vê que há uma falha nele, que ele está preparado incorrectamente pelas leis da natureza ou os ministros, então Ele anula este plano e nomeia outro ministro que apresenta um plano diferente para Ele.
"Assim é o homem, um pequeno mundo, comportando-se de acordo com as letras impressas nele, dado que reis governam as setenta nações (nossas 70 propriedades) nele (dentro de nós)."
Ou nós podemos dizer que existem 620 desejos numa pessoa, por vezes nós chamamos-lhes 613 desejos. Às vezes nós podemos chamar-lhes os sete desejos principais: Hesed, Gvurah, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod e Malchut. Às vezes em vez de 7 desejos nós dizemos 70 porque cada um, por sua vez, consiste de 10 sub-partes e 7 vezes 10 perfaz 70 desejos, incluindo os particulares chamados as 70 nações do mundo dentro de uma pessoa.
"Este é o significado do que está escrito no Sefer Yetzirá (Livro da Criação): "Ele coroou uma certa letra." Cada letra é um ministro por agora, fazendo avaliações, e o Rei do mundo canta-as. Quando a letra erra em certo plano, ela imediatamente se demite do escritório, e Ele coroa outra letra no seu lugar.
Este é o significado de, "Cada geração e seus juízes."" Em Hebraico isso soa assim: Dor Dor ve Dorshav - cada geração e seus juízes. "No fim da correcção da letra chamada "Messias" (Redentor) irá governar.." isto é, tal uma força, tal um ministro, que é chamado o libertador "...e irá atar todas as gerações a uma coroa de glória na mão do Criador."
Porém, tudo isto será apenas sob a influência dos ministros, que são nomeados pelo Criador e que vêm até à pessoa e a confundem de toda a maneira possível, de forma a lhe dar a oportunidade de batalhar contra si mesma em prol do Criador.
Neste momento você e eu descobrimos misericórdia nos olhos do Criador, que é evidenciada pelo facto que Ele nos permitiu e Ele nos ajudou a ter este Congresso onde uma fusão mutua de todos os Kelim, uma comunicação mutua e um anseio mutuo para o Criador se tornaram possíveis.
Nós temos de compreender que tudo isto foi criado por Ele e é um sinal do facto que Ele nos deseja. Isto é, neste momento nós estamos no nível que é descrito pela parábola como : "Uma parábola sobre um rei que se afeiçoou a seu servo."
Neste momento você e eu estamos num estado quando o Criador nos mostrou seu afecto. E depois disto haverá um estado em que Ele irá dirigir todos os tipos de obstáculos para nós; Ele irá enviar seus ministros contra quem nós teremos de batalhar, porque eles desejam separar, dividir e nos afastar do Criador.
Se nós ansiarmos ver os ministros disfarçados do Criador em todos os nossos problemas e obstáculos então eles irão tornar-se imediatamente anulados e nós iremos imediatamente conectar com o Criador novamente. Se nós não formos capazes de fazer isto então nós iremos cair na batalha e no estado do desconhecimento.
Nós devemos tentar com todas nossas forças batalhar os infortúnios, perguntas, desilusões, e confusão em nós, que nos separam do Criador. Este é o culpado que nos está a atacar.
Eu aconselho-o a reler esta carta uma vez mais, ela fala-nos sobre muitas coisas.
Artigos de Baal HaSulam, Pri HaCham, Igrot pág. 25, "Uma Parábola sobre um Rei," Baal HaSulam