No excerto abaixo, o ARI (Cabalista Isaac Luria) descreve as fases intermediárias das quatro fases da criação, e menciona como entre o nível animal e nível humano da evolução há a fase intermédia dos macacos.Isto levanta a pergunta, como podia o Ari, o grande Cabalista que faleceu em 1572 (três séculos antes de Charles Darwin, que é famoso por discutir este fenómeno), afirmar que os macacos são uma fase intermédia do desenvolvimento entre os animais e humanos, isto é, uma vez que os Cabalistas só escreviam sobre o que claramente alcançam e percepcionam?
A resposta está no que é conhecido como "Reshimot" (genes informativos) na Cabala. Reshimot podem ser imaginados como imagens e cenas de uma bobina de uma longa metragem (da nossa vida) que se revelam como uma corrente, de pequeno a grande, e que dão origem a tudo o que existe.
Uma vez que Reshimot precedem e dão origem à nossa percepção, não conseguimos ver os próprios Reshimot. O que vemos é uma imagem resultante onde as espécies se originam "uma após a outra." Isto é o que o Ari explica no excerto abaixo, ou seja, a ordem do desenvolvimento deReshimot.
O mundo foi criado pelo desejo de doar (por outras palavras, Natureza ou o Criador), e cada criatura também foi criada por este mesmo desejo de doar. A única matéria da criação é o desejo de receber, que se desenvolve e se exprime a si mesmo ao criar uma aparência externa (uma casca corpórea) de acordo com suas qualidades. Contudo, não percepcionamos as forças do desejo (ou seja, onde residem os Reshimot) e somente percepcionamos o embrulho externo. É por isso que pensamos que eles vêm um do outro.
Aqui está o excerto pelo Ari:
Certamente em todos estes quatro Behinot interiores há umaBehiná que os contém a todos. Ela é uma média entre cada dois Behinot e consiste de ambos. Por exemplo, os biólogos escrevem que entre o inanimado e o vegetativo há o coral, entre o vegetativo e o animado há Adnei ha Sadé (Cães da pradaria), mencionados em Masechet Kilaim. É como um cão que cresce no chão com suas narinas enraizadas no solo, do qual suga seu sustento. Quando você lhe corta seu umbigo, ele morre. Entre o animado e o falante há o macaco.
O mencionado é um excerto de Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot) Parte 3.