Dr. Anatoly Ulianov: Alguns pais proíbem as crianças de jogar tipos específicos de jogos. Há tal coisa como um jogo prejudicial e se sim, qual é?
Dr. Michael Laitman: Um jogo é uma imitação de um estado futuro. Ao imitar adultos ou a inventar independentemente cenas e situações, uma criança imagina que ela está nesses estados futuros. Parece-lhe que ela está na realidade a o fazer.
É claro, ela não compreende porque estes impulsos existem nela ou como eles a controlam. Eles estão instigados em nós pela Natureza para que nós nos possamos desenvolver e preparar para estados futuros ao representar as mais diversas situações e o nosso comportamento nelas em avançado. Se um jogo é correcto ou incorrecto, útil ou danoso, depende do tipo de criança com que desejamos ficar.
Temos de observar muito cuidadosamente que tipos de jogos uma criança joga e com que crianças ela se associa, o que ela lá vê, o que ela se apercebe e compreende e o que a influencia. Estes jogos tomam lugar em grupos misturados de rapazes e raparigas, ou os rapazes e raparigas jogam separadamente? São as crianças da mesma idade? Há crianças de círculos sociais diferentes? Tudo deve ser considerado.
Se nós queremos alcançar uma sociedade integral e percebemos que esta meta foi colocada perante nós pela Natureza e se soubermos que para a alcançar temos de nos elevar acima do nosso egoísmo e estabelecer a conexão certa entre nós, temos de verificar se todos os jogos de crianças levam a esse estado?
Somente os jogos que ensinam como alcançar esta meta sublime podem ser considerados úteis.
Dr. Ulianov: A proibição mais generalizada aplicada por pais é sobre jogos de "aventura". Estes são jogos jogados individualmente ou em grupos e o jogador ou jogadores devem superar vários obstáculos para avançar de um nível para o próximo. Pais pensam que este é um jogo prejudicial e proíbem jogá-lo. É realmente prejudicial? E se sim, o que há de prejudicial nele?
Dr. Laitman: Eu vejo que as crianças são muito atraídas para este tipo de jogo. Na vida elas estão também constantemente a rastejar, saltar, superar alguma coisa e a subir para cima de alguma coisa. Isto é útil para o seu desenvolvimento físico. Se elas desejam ver a mesma coisa num jogo virtual e se testarem a si mesmas lá, penso que é útil.
O problema inteiro reside no quê exactamente está a criança a superar? Está ela a atingir ou a destruir alguém, ou ela supera obstáculos juntamente com os seus companheiros, aprendendo sobre integração com os outros no processo?
Não penso que devamos retirar inteiramente este tipo de interacção e a necessidade de superar dificuldades. Pelo contrário, deixa-os se confundirem e procurarem uma saída, porque isto é natural para uma pessoa. A nossa vida inteira é uma busca pela melhor possibilidade de várias e um processo contínuo de superar obstáculos.
Não tornemos uma criança num observador passivo. É muito útil interagir com o que está a acontecer, então este tipo de jogo é necessário. O problema inteiro está no significado destes jogos, o seu conteúdo, para onde levam eles uma criança e o que uma criança recebe do jogo no final.
Os pontos supramencionados foram retirados do livro A Psicologia da Sociedade Integral por Dr. Michael Laitman e Dr. Anatoly Ulianov.