Dr. Anatoly Ulianov: Quantas pessoas devem haver num grupo [que aspire à união]? Os psicólogos repararam que um grupo de 8-12 pessoas é o ideal porque ele simula um modelo da sociedade. Se reuníssemos mil ou 10 mil pessoas, seria ainda mais vivido?
Dr. Michael Laitman: A quantia de pessoas é significância menor. O que é mais importante é se elas se conseguem ou não se unir umas com as outras e isso depende da habilidade de uma pessoa de transcender o ego pelo bem de se unir com a sociedade, da sua sensibilidade, de quão desenvolvido é a sua sensação de colectivo.
Unificação sob a influência de uma multidão não produz quaisquer resultados. Isso não é interacção integral. Uma multidão unida por um slogan comum, tremendo por certo objectivo animal, não é uma sociedade integral.
Para as pessoas se unirem numa sociedade integral, elas devem estar a fazê-lo para descobrir a qualidade de doação mútua, unificação, união. Neste caso cada uma delas se eleva acima do seu egoísmo apesar dos seus "crassos" impulsos naturais. Ela não é conduzida pelo desejo de preenchimento pessoal porque ele nunca a deixará se unir com os outros.
Esta união é o seu órgão de percepção recentemente adquirido que não opera no interior, mas no exterior. É assim que ele está direccionado, de dentro para fora, para a doação. Ele pode ser criado somente ao se elevar acima do ego quando cada um se transcende a si mesmo em direcção à conexão com os outros, acima do seu egoísmo. E logo, este sentimento não pode ser privado mas apenas comum.
É comum porque ele existe através do facto de que o criamos juntos e cada um de nós o percebe como o seu próprio sentido de percepção externa e altruísta. Ele é um para todos nós, isto é que é um e o mesmo dentro de cada um de nós.
Isto dá-nos a oportunidade de falar do nosso coração e mente comuns, que produzimos juntos e dentro dos quais existimos juntos. Nesse caso nós percepcionamos tudo absolutamente identicamente, com os mesmos pensamentos e sentimentos circulando dentro de nós.
Nós ascendemos a um nível de sentir o mundo que existe fora de nós. Na realidade, este mundo está dentro de nós, mas começamos a senti-lo ao sairmos do anterior estado egoísta e sentimos-o todos juntos. Isto é, à medida que desenvolvermos cada novo nível, vamos alcançá-lo juntos.
Nós percebemos cada novo nível como existência que não depende de cada um de nós individualmente. Isto significa que ele não depende dos nossos corpos ou do nosso presente "EU." Se eu simpatizo com o "EU" que existe nesta integração, então eu separo-me da minha vida terrena.
Esta vida parece cada vez mais nebulosa e menos real para mim. Eu começo a compreender que o meu corpo e todas as minhas anteriores impressões e sensações do mundo e da vida que tomaram lugar na percepção egoísta. Mas agora eu atravesso para um novo estado e vejo o mundo diferentemente.
A percepção integral do mundo dá-me novas, impressões mais vivas. O passado torna-se gradualmente mais distante e menos importante, desinteressante, muito plano e infantil. Eu fico tão desinteressado por ele que estou pronto para o abandonar sem me arrepender minimamente.
Uma pessoa desenvolve o seu estado novo e integral a tal medida que o passado desaparece.
Pensamos, "Como pode ele desaparecer?! Afinal, aqui estão os nossos corpos!" Nós não compreendemos que estes corpos existem apenas na nossa percepção, que muda constantemente. É assim que mudamos a sensação do nosso mundo para a sensação do mundo que está no próximo nível. Mas ele também existe no nosso desejo e pensamento comuns, enquanto os corpos, como tal, não existem. Apenas pensamentos e desejos.
Os pontos supramencionados foram retirados do livro A Psicologia da Sociedade Integral por Dr. Michael Laitman e Dr. Anatoly Ulianov.