O Que Celebramos No Lag B’Omer?
Em Lag B’Omer comemoramos a passagem do grande cabalista, Rabi Shimon Bar Yochai, autor de O Livro do Zohar. Ele era uma pessoa especial e a revelação que ele fez significa a entrega da Torá, a ciência da correção, a todo o mundo.
Baal HaSulam escreveu que nunca na história houve alguma realização maior do que a obtida nos tempos de Rashbi e sua geração. Coisa semelhante só pode acontecer novamente no Final de Correção, e agora estamos posicionados no limiar disso.
Zohar é o nome da Luz que se revela no GAR do Mundo de Atzilut, na sua raiz, que é um lugar especial – “a mente oculta” do sistema de Arich Anpin. Rabi Shimon foi o único capaz de ligar este nível incrivelmente alto com o nosso mundo. Sua realização colocou-o no nível da correção final, assim como antes da destruição do Templo, mas, ao mesmo tempo, ele viveu uma vida regular e material nos tempos após a destruição do Segundo Templo. Foi quando o país caiu completamente do nível do amor fraterno ao ódio infundado, e essa queda causou um desaparecimento completo da sensação espiritual.
Porque Rabi Shimon uniu estes dois pólos totalmente dentro dele, ele foi capaz de escrever este grande Livro, o que signifca fazer uma revelação. Sem ele, não teríamos a oportunidade de corrigir nossas almas e atrair a Luz que as reformas.
Fonte: O Que Celebramos No Lag B’Omer?
A Contagem do Omer
O amor é inseparável da unificação. É impossível unir sem amor e é impossível amar sem união. A unidade é uma expressão do amor.
A contagem dos dias de Omer é a correção do ódio em amor. Nós saímos do Egito, revelamos o tipo de egoísmo que habita em nós, e estamos começando a corrigi-lo. Esta correção é composta de 49 etapas: os 49 dias da contagem do Omer, durante os quais podemos corrigir nossas relações com todos os outros, começando com a mais fácil e progredindo para relações cada vez mais complexas.
O 33º dia de Omer é o chamado “Lag BaOmer”: é o marco, e quando o alcançamos, podemos estar certos de que vamos corrigir todo o nosso ódio, independentemente de seu poder. Quando chegamos a este dia, recebemos tal força que nos permite corrigir tudo o resto.
O ódio é corrigido apenas com a força da Luz. Com cada dia de Omer vem uma nova porção de Luz, um total de 49 partes, como uma infusão.
Um Omer é um feixe que é reunido do produto que é colhido e amarrado.
No trabalho espiritual, o significado do termo “Omer” é uma porção (uma contagem, uma numeração) dos níveis que são alcançados por nós – sete níveis de desenvolvimento da conexão em série. Em cada nível, a conexão torna-se cada vez mais intensa, e por isso nós constantemente contamos nossas sete Sefirot: Hesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod e Malchut.
Na Torá, cada uma delas é composta por outras sete Sefirot: Hesed de Hesed, Gevura de Hesed, Tiferet de Hesed, Netzach de Hesed, e assim por diante. Sete vezes sete é igual a 49, ou seja, 49 dias, sete sétimos, que se fala na Torá.
A contagem de Omer começa a partir do segundo dia de Pessach, quando cada um examina a si mesmo: “Com isso eu corrijo algo, numa Sefira como essa, num estado como esse”.
Uma conexão cada vez maior começa a ser realizada entre nós até atingirmos um estado tal que, especificamente no âmbito desse “feixe”, nessa conexão, o poderoso ego que é chamado de “Monte Sinai” (a montanha de ódio mútuo) é revelado. Nós chegamos a isso durante o processo da nossa correção no quinquagésimo dia da contagem de Omer.
Nós queremos estar conectados uns aos outros num único Omer, mas não temos o poder de anular nosso egoísmo. Portanto, concordamos com as condições da Torá, aceitando o seu método de corrigir o ego gradualmente, e não o matamos ou destruímos.
No Egito, havia abundância de pão para nós. Durante a primeira semana depois que saímos do Egito, nós comemos “pão frugal” chamado “matzá“. Mais tarde, voltamos ao pão regular. Esse período é chamado de “contando os dias de Omer. “Omer” é um feixe de grãos.
Nós verificamos os nossos desejos maus, todos os 49 deles. Estes desejos são chamados de “Sefirot“. Sete Sefirot ou sete partes de nosso desejo são chamadas de “Hesed, Gevura, Tiferet, Netzah, Hod, Yesod e Malchut “. Cada uma delas se divide em sete partes. É por isso que nós temos 7 x 7 = 49 desejos diferentes que estamos prontos para corrigir.
Nós “abandonamos” esses desejos no momento do nosso êxodo do Egito, ou seja, nós paramos de usá-los.
Quarenta e nove dias da contagem de Omer é a preparação para o 50º dia que é chamado de “Shavuot“: a Entrega da Torá.
Antes do Êxodo do Egito a pessoa passa por “49 portões de impureza”. Isto é, ela não acredita mais em nada, não espera nada, vê que praticamente não tem qualquer conexão com a força superior e que é impossível mudar alguma coisa em sua vida. Onde está essa força superior, que é “Não há outro além Dele”? Tudo está sob o controle do Faraó e é impossível fazer qualquer coisa contra o ego que a controla.
Toda a nossa luta para deixar o Egito está sob o controle do Criador, não há outro além Dele e Ele é o bom que faz o bem. E a Klipa (a força egoísta) nega a providência superior do “Não há outro além Dele” em todos os sentidos possíveis.
A servidão, o exílio (em hebraico, Galut) difere da redenção (Geula), basicamente por causa da letra “Aleph“, que é o Senhor do Mundo.
Nós não pedimos para ninguém mudar nada; nós não apelamos ao nosso destino. Em vez disso, apenas nos voltamos ao Criador com nossos pedidos. Isto é o significa “Não há outro além Dele”, porque tudo o que acontece nós conectamos somente a Ele.
Exílio significa que ainda não estamos prontos, mas ansiamos muito em descobrir a fonte de tudo o que está acontecendo, como é dito, “Eu e não um mensageiro”.
Se nós sempre trabalhamos desta forma e tentamos construir uma conexão, então, gradualmente, nos elevamos a uma conexão cada fez mais forte, como os degraus de uma escada, e caímos em distúrbios ainda maiores, numa maior falta de conexão. E mais uma vez nós tentamos construir Pitom e Ramsés e novamente caímos, perdemos a conexão, chorando, e ficando confusos, negando qualquer controle por parte do Criador.
Como resultado de nossos esforços, nós atravessamos os 49 portões de impureza. Se chegarmos ao 49o portão, isso significa que realizamos uma infinidade de correções em nossa conexão com o Criador. Mas isso está oculto de nós.
O exílio é dado a nós para que possamos sentir o Criador, O localizamos dentro do “a partir do nada”. É assim que alcançamos a redenção.