O que são os quatro filhos a que a Hagadá de Pessach se refere: o sábio, o malvado, o simples, e o que não sabe como fazer uma pergunta?
Todos os quatro filhos contemplam a mesma pergunta: “Como podemos superar nosso egoísmo?” O filho sábio filosofa e diz que essas leis podem ser interpretadas de uma forma ou de outra, mas não há nenhuma solução que nos permita sair do Egito, isto é, subir acima do nosso egoísmo.
O filho malvado diz: “Mas por que precisamos subir acima dele?” Ele não quer fazer isso e pergunta: “Qual é a utilização desse trabalho contra o egoísmo? Deixe-me sozinho, eu estou bem”. Portanto, aos nossos olhos, ele é malvado porque não quer subir acima do seu estado atual, embora este seja ruim. Ele toma tudo como está e não quer sair do Egito.
O filho simples diz que essas leis não são compreensíveis e não está claro por que saímos do Egito. Ele não está ciente de que está em escravidão e como a sair dela.
Nós estamos sentados em torno da mesa do feriado. Um se sente como o filho sábio, o outro como um simples, um terceiro como o malvado, e o quarto é semelhante ao que não sabe como fazer uma pergunta. E este quarto filho, que não sabe como pedir, precisa dizer naquele dia: “Isso é em homenagem ao fato do que O Criador fez por nós, levando-nos para fora do Egito”.
Este filho não sabe como pedir, não porque ele seja estúpido, confuso ou malvado. Ele percebe que há algo, algum tipo de forma para sair da nossa natureza que não podemos perceber e reconhecer.
Todos os convidados à mesa também estão se perguntando: “Para onde nós precisamos sair e por quê? Onde você viu que você pode se livrar de seu ego? Isso não existe na natureza”. Todo mundo está fazendo essas perguntas, o sábio, o simples e o malvado.
Mas aquele que não sabe como perguntar não faz perguntas, sabendo que há um esconderijo secreto sobre o qual nada pode ser perguntado porque é completamente inacessível para nós. Há algo além de nossas vidas, além do nosso egoísmo, em cujas mãos nos encontramos.
Há uma razão pela qual fomos criados e existimos dessa maneira miserável. Mas não está claro o que pode ser feito com isso; não podemos ver a saída. Portanto, é dito que é necessário que isso possa ser explicado. Na verdade, se uma pessoa se desenvolve a um tal estado, quando ela não tem nada a dizer para justificar seu egoísmo, ela encontra uma solução.
No final, todo mundo se torna o filho que não sabe como fazer perguntas. Esses são os quatro estágios do desenvolvimento humano. Cada um de nós está no seu estágio de desenvolvimento e, portanto, pode se reconhecer num dos quatro filhos de acordo com a pergunta que faz.
Do Programa Chaim Chadashim (“Uma Nova Vida”) 31/03/15