
O que nós celebramos no feriado de Purim? O que simboliza o hábito do feriado de vestir trajes, ficar bêbado e enviar pacotes de presente simbolizam, e o que é a figura de Hamã, e como podemos nos livrar dele em nossas vidas?
Todas as partes da natureza devem operar em harmonia, mas a humanidade perturba essa harmonia. Esta é a razão dos animais se devorarem, mas se houvesse amor entre os seres humanos, “um lobo viverá com o cordeiro”.
Se as pessoas vivessem em paz, os animais também viveriam em paz. Todos os problemas do mundo derivam da falta de boas relações entre as pessoas, como quando uma pessoa gosta de causar dano a outras pessoas, por exemplo.
O objetivo do nosso desenvolvimento é alcançar uma paz mútua total. O reino de Assuero simboliza o mundo inteiro, mas a corrupção tem que ser revelada no caminho para a correção. Essa é a razão do rei capacitar Hamã, e pelo seu poder capacitar Mardoqueu, que é a força oculta.
A história começa com o rei Assuero, que simboliza o rei do mundo, o Criador, e a rainha Vasti, que simboliza o mundo que não O escuta. Isto é, uma falta de conexão é revelada entre o Criador e as criaturas, que elas devem corrigir. A rainha Ester é humilde e não arrogante, como Vasti. E o rei quer trazer o mundo para identificação com Ele. Ester não revela que é judia, porque o povo de Israel é odiado. Todo mundo é arrogante e representa separação.
Bigtã e Teres querem matar o rei, ou seja, querem trazer um novo controle ao mundo. Eles estimulam Mardoqueu a agir, e, de fato, as forças de Mardoqueu e Hamã esclarecem por que o mundo existe. Depois de Mardoqueu salva-lo, o rei eleva especificamente Hamã para estimular a Mardoqueu a exigir algo. O rei parece ter sido conduzido por seus assessores, mas ele realmente está levando tudo em direção ao seu objetivo.
Ester pede que os judeus se reúnam, jejuem e orem, o que significa transcender o ego pessoal e conectar-se, porque o povo de Israel está espalhado entre todas as nações; ou seja, eles estão imersos em culturas estrangeiras e não na unidade e conexão. A ameaça de aniquilação traz o povo de volta a um esclarecimento de quem eles são e qual é o seu papel no mundo, que está servindo como um exemplo de amor. Então eles matam seus inimigos, ou seja, o mal que existe em cada um deles que se opõe à conexão e amor, e é assim que eles avançam em direção ao propósito da criação no qual o povo de Israel leva todas as criaturas ao amor e conexão com o Criador.
MORDECHAI
Entre os heróis do feriado do Purim, quem é Mardoqueu?
Mardoqueu é uma pessoa misteriosa, mas não um “azarão”; é uma pessoa iluminada.
Ele é completamente invisível, porque não costuma se destacar. A única pessoa que ele irrita é Hamã que percebe que se os judeus tiverem um líder, não será fácil controlar, subjugar e aniquilá-los.
Mardoqueu é uma pessoa misteriosa, mas não um “azarão”; é uma pessoa iluminada.
Ele é completamente invisível, porque não costuma se destacar. A única pessoa que ele irrita é Hamã que percebe que se os judeus tiverem um líder, não será fácil controlar, subjugar e aniquilá-los.
O que Hamã vê em Mardoqueu? Afinal, Mardoqueu está sentado calmamente no portão.
Mardoqueu está realmente sentado calmamente no portão, mas ele está calmo, por enquanto. Assim que Hamã começa a tomar ações sérias, o poder de Mardoqueu, e sua maneira teimosa e firme, é imediatamente revelado, e isso não vai ser bom para Hamã. Já que Mardoqueu não está sentado no portão da cidade, mas no portão do rei, ele incomoda Hamã. Afinal de contas, a fim de se aproximar do rei, ele deve afugentar Mardoqueu de alguma forma.
Mardoqueu representa a força potencial que existe no povo Judeu, que antes lhes permitiu unir e subir acima do egoísmo. Esse poder ainda vive e existe em nós. Ele pode atrair forças positivas adicionais de fora que existem na criação, na natureza. Portanto, Mardoqueu é um perigo para Hamã; é necessário que ele subjugue Mardoqueu. Assim, Hamã surge com vários estratagemas, como quando ele se volta ao rei Assuero, etc.
Há um claro contraste entre os dois personagens. Hamã representa a atitude do ego concordando, afirmando que o egoísmo foi criado para atender à pessoa, para elevá-la, para beneficiá-la, e para seguir em frente. Em outras palavras, é uma abordagem capitalísta saudável da saudável. Mas Mardoqueu diz que o ego nos é dado apenas para que possamos subir e trabalhar acima dele, que, especificamente, elevando-se acima do ego é possível descobrir o mundo superior, o próximo nível, a próxima dimensão, em que a humanidade deve existir.
Portanto, há sérias contradições ideológicas entre Hamã e Mardoqueu. Em última análise, descobre-se que, apesar de Hamã estar certo sobre o ego ser o poder que nos motiva a avançar, é especificamente a característica de Mardoqueu a força que corrige e nos eleva ao nível do Criador, salvando e levando toda a humanidade ao objetivo da criação.
Mesmo que o Livro de Ester conte uma história que aconteceu na antiga Babilônia há 2.500 anos, ele é mais do que nunca aplicável ao nosso tempo, porque nós estamos exatamente na mesma situação hoje. A diferença é que nós já deixamos o exílio, o terrível estado de escuridão, e agora cabe a nós atrair e levar toda a humanidade conosco.
HAMÃ, O MALVADO
Quem é Hamã, um dos antagonistas da celebração de Purim?
Hamã é uma figura histórica viva, um exemplo espiritual incrível para a humanidade moderna
Mas ele era mau.
Stalin e Hitler também eram maus. Existem muitas dessas pessoas em nossa história; Hamã supera todas elas. Seu nome pode nomerar absolutamente todos os vilões do mundo. Essa é uma imagem colectiva
Hamã é um cientista, astrólogo e intelectual, que entende as coisas. Ele fez muito pela humanidade e, no final, ele e toda a sua família, seus dez filhos e sua esposa Zeres, suas muitas concubinas, e todos os seus cortesãos, foram condenados à morte.
Tudo o que ele fez foi para despertar os judeus, que foram dispersos em 127 países no antigo reino da Babilônia de Assuero (Xerxes I), de modo que eles não se tranquilizam, mas se rebelam, se unem e retornam à sua terra natal.
É graças aos esforços de Hamã, e às aflições que ele lhes trouxe, que os judeus começaram a se unir. A ameaça de morte obrigou-os a se unir, a se rebelar, para destruir todos os seus inimigos, e, finalmente, voltar à terra de Israel e construir o Segundo Templo.
Não faz diferença se Hamã é um valor positivo ou negativo; ele faz a história avançar. Nossa evolução é principalmente sob a pressão que personages negativos criam, porque as pessoas são teimosas, e as mais teimosas são os judeus. Enormes forças negativas chamadas Faraó, Hamã, amalequitas, etc., se enfurecem dentro de nós, nos empurrando para a felicidade atravé de uma vara que nos bate porque não entendemos nada quando somos bem tratados.
A sabedoria da Cabalá que é revelada em nosso tempo nos mostra como podemos alcançar o objetivo de uma boa forma e como ajudar o mundo inteiro a se desenvolver corretamente e trazê-lo à unidade. A unidade do mundo é nosso objetivo final, a última fase do nosso desenvolvimento. Vamos esperar que sejamos capazes de cumpri-lo sem personagens perversos como os modernos Hamã, Assuero, Hitler, ou os novos Faraós.
A RAINHA ESTER
Ester é a força secreta que conecta o rei e os judeus. O rei refere-se ao Criador, de onde se originam a força de Mardoqueu e a força de Ester. Essas duas forças corrigem os judeus para que eles possam se opor a toda a Babilônia em seu estado corrigido.
A primeira vez que os judeus deixaram a Babilônia foi sob a liderança de Abraão, cerca de 1500 anos a.C. Mil anos mais tarde, eles se encontram novamente na Babilônia e, depois, Mardoqueu com a ajuda de Ester os tira de lá. Ester permanece na Babilônia e carrega um filho do rei Assuero, que mais tarde ajuda os judeus a construir o Segundo Templo. Esses fatos históricos são descritos muito bem em nossas fontes.
Ester é um bom exemplo de uma mulher judia que se sacrifica: ela é modesta, calma e inteligente; ela pode prever o futuro e sabiamente aconselha toda a nação. Quando as pessoas fazem o que ela lhes diz, elas se libertam do ego. O nome Ester vem da raiz hebraica de “ocultação”, que também simboliza a força feminina oculta que nós temos que procurar em nossa geração. Ela existe.
Ester é uma figura coletiva da força feminina correta que existe na nação, assim como a força de Mardoqueu. É por essas duas forças que o Criador nos dá, através destes personagens e a forma como eles se vestem nas forças da natureza, que Ele nos controla, nos aproxima a Ele, e nos transforma em uma nação, uma vez que na Babilônia nós éramos meramente um grupo de pessoas. No momento em que nos tornamos uma nação, o Criador nos leva para fora da Babilônia.
Hoje não há nenhuma necessidade de nos tirar de qualquer lugar no sentido corporal, mas apenas no sentido espiritual. A fim de fazer isso, temos que nos unir para que possamos ser uma rede única onde o Criador é revelado e apresentar isso ao mundo inteiro.
Embora não tenhamos as duas forças de Ester e Mardoqueu, elas existem dentro de nós e hoje a organização Bnei Baruch nos revela ambas. A sabedoria da Cabalá já é revelada como um método que Mardoqueu e Ester queriam oferecer à nação em sua época. Só se pudermos nos voltar ao povo que agora se encontra num nível egoísta muito elevado, e se eles nos escutarem, eles serão capazes de se unir e todos nós seremos capazes de sair do exílio espiritual. Então, o céu se abrirá e o Criador será revelado, e as nações do mundo se voltarão para nós e nos levarão à Jerusalém espiritual.
O REI ASSUERO
Nós estamos acostumados à figura poderosa de um rei que governa bravamente, enquanto Assuero (Xerxes I) é descrito como um rei estranho. Ele é um rei que é gerido pelos outros. Isto se destina a nos ensinar que a força superior nos permite gerenciar nosso mundo.
Quando a palavra “rei” é mencionada, refere-se ao Criador, à força superior da natureza, ao plano geral da evolução da realidade.
Se abordarmos o rei corretamente, podemos melhorar a nossa situação. Há um plano claro, pré-determinado, consistente da natureza que opera como um software de computador. O plano é trazer o mundo inteiro à correção, levar toda a realidade à totalidade.
Os Judeus durante esse tempo foram dispersos em 127 Estados. Eles não se preocupavam com nada, e cada um só se preocupava consigo mesmo. No auge de sua separação, no auge de sua desconexão da unidade e do amor que deveria ser sentida entre eles, Hamã chega.
Eles não têm qualquer conexão com a santidade, com a força de amor e doação. Nossa nação foi fundada no amor ao próximo, na misericórdia, na conexão entre as pessoas, a fim de descobrir a força superior. No momento em que descemos ao ponto mais baixo em nossas relações, um inimigo externo chega e ameaça nos destruir. É assim que Hamã, Hitler e Stalin apareceram. Se as relações entre nós fossem boas, eles não teriam aparecido.
É uma equação simples e que se repete: a separação leva à Hamã, a conexão leva ao bem-estar. Conexão significa estar incorporado um no outro através do cuidado e consideração mútuos, através do “ama teu amigo como a ti mesmo”. Apesar do grande ego que todo mundo tem hoje, nós podemos atrair um milagre que nos conectará. Nós podemos escolher como queremos chegar ao objetivo pré-determinado, e esta é a razão de termos a sabedoria da Cabalá.
Fonte: laitman.com.br
O que as personagens femininas no “Livro de Ester” simbolizam? Por que o valor da beleza feminina é enfatizado no livro e onde se encontra a verdadeira beleza?
Todos os personagens da Megillah (Livro), e da Bíblia em geral, representam forças encontradas dentro de uma pessoa.
- Vasti é uma rainha egoísta, pensando em seu próprio bem-estar, enquanto Ester pensa no bem-estar de seu povo.
- Como Vasti, todos nós somos egoístas. Cada um atrai as coisas para si mesmo. Hamã veio e nos forçou a se conectar.
- Na natureza selvagem, a fêmea não é tão bonita como o macho. Portanto, uma mulher tem que trabalhar em sua aparência bonita.
- A natureza nos criou dessa maneira porque uma mulher simboliza o desejo natural de uma pessoa, que é o ego e não é bonito.
- Toda a história sobre Vasti e Ester mostra o trabalho que uma pessoa deve fazer com seu ego.
- O lado feminino em cada pessoa representa o ego. Ele é feio, apenas para si mesmo, à custa de outros.
- Depende da pessoa se corrigir (se embelezar), escondendo seu ego e o conflito entre as pessoas. Isso é o que Ester fez. Ela disse aos judeus: para serem salvos, vocês devem se reunir, se conectar.
- Ester tinha medo de se aproximar do rei sem um convite. Ela não confia em sua beleza externa. Ela exige uma beleza diferente. A beleza suprema que ela exige vem dos esforços de seu povo em se reunir, se conectar e se amar.
A conexão entre as pessoas cria a beleza suprema. A conexão corrige todos os defeitos que há em todos nós.
Por que é um costume se mascarar em Purim?
Purim é a exposição de nossos estados anteriores, porque cada um de nós é, na verdade, mal! Nós nos mascaramos (disfarçamos) com diferentes figuras, tanto más como justas: por um lado, como Hamã e Assuero, e, por outro, como Mardoqueu e Ester. Purim é um carnaval. Nós escondemos nossos rostos atrás de máscaras porque trata-se da revelação do bem e do mal quando você perde totalmente a sua identidade, o seu rosto, e não pode separar os maus dos justos, porque eles estão totalmente misturados e se apoiam à medida que nos movemos rumo ao Criador.
Na verdade, é pela combinação certa entre o ímpio e o justo que atingimos adesão, conexão, proximidade, igualdade e identificação com o Criador. Nós podemos nos mascarar como qualquer coisa e até mesmo várias vezes. Nós podemos usar um traje duplo: uma máscara de um justo na frente e uma máscara de um ímpio atrás, ou vice-versa. Purim é a última correção da humanidade desde o mal até o bem, quando o mal absoluto se revela e se transforma em bondade.
Por que o feriado de Purim é considerado um feriado familiar em todo o mundo?
Não é um feriado familiar. O feriado de Purim é mais como um feriado das crianças, um feriado de felicidade e alegria, porque simboliza o renascimento do povo. Nós aparentemente renascemos neste feriado!
Quando nós estamos separados uns dos outros, não somos um povo. No entanto, quando começamos a nos reunir, algo novo nasce em nós. Assim, em Purim, há o costume de dar presentes uns aos outros, Mishloach Manot (pacotes de presente), especialmente vinho e doces.
O vinho simboliza Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria). Hamãtashen, biscoitos de forma triangular, simbolizam Ohr Hassadim (Luz da Misericórdia). Hassadim e Chochmá devem se conectar, se vestir uma na outra, e isso nos dará elevação espiritual.
No feriado de Purim, há um costume muito interessante de beber vinho sem quaisquer restrições, Ad De’lo Yada (até que a pessoa não saiba). Se neste dia a pessoa estiver tão bêbada quanto Lot, é um sinal de que ela cumpriu a tradição do feriado.
Isto é, se mantivermos o feriado de Purim espiritualmente e nos unirmos, com isso vamos levar toda a humanidade à unidade e elevá-los diante de nós ao nível de adesão com o Criador. Toda a humanidade alcança a eternidade e plenitude, e este estado pode ser materializado em alguém sobre quem se diz, “…até que a pessoa já não saiba a diferença entre ‘Bendito seja Mardoqueu’ e ‘Maldito seja Hamã’”. Em outras palavras, a pessoa esquece completamente todas as suas limitações. Ela entra num espaço onde não há nada, exceto a eternidade e plenitude. Esse estado pode ser comparado apenas com o estado de uma pessoa que está bêbada de felicidade sem beber qualquer bebida alcoólica.
No feriado de Purim, todas as ruas de Israel estão cheias de sons de canto, dança e carnavais, que são chamados de Adloyada. Nós vestimos roupas e aparentemente mudamos nossas identidades, tornando-nos outra pessoa.
Fonte: laitman.com.br