Conheça a Lei de Dar Como Abraão
Quando os desejos evoluíram na Natureza, eles criaram estruturas cada vez mais complexas. Cada novo nível se eleva a um grau mais elevado do desejo de receber quando as criaturas do nível atual se juntam para formar um agregado de colaboradores. Ao fazerem isso, as criaturas do nível atual (e presentemente, o mais alto) criam um sistema ao qual possam submeter seus próprios interesses, o que lhes proporciona sustentabilidade e adesão à lei da Natureza de doação. Quando isso acontece aos seres humanos, nós também iniciamos a partir da menor estrutura—uma única pessoa—e trabalhamos ao nosso modo em direção a sociedades cada vez mais complexas. A única diferença é que devemos criar por nós mesmos essas estruturas sociais que aderem à lei de doar.
De fato a família de Abraão foi o primeiro grupo a criar esse sistema e, depois aproveitar seus membros em um sistema cujas partes foram unidas pela dedicação ao seu sistema hospedeiro. Como narra Maimônides, este sistema inicial se transformou em um grupo. No entanto, apenas no Egito—quando o seu número se tornou suficiente—o sistema se transformou em uma nação. Quando Moisés tirou Israel do Egito, a família dos setenta, que tinha ido para o Egito agora consistia de vários milhões (há muitos pontos de vista sobre exatamente quantos saíram do Egito, mas os números comuns são entre 2 e 6 milhões de homens, mulheres, e crianças, excluindo a multidão mista).
Quem Mais Quer Conquistar o Ódio?
Claramente, o trabalho de Moisés foi muito mais desafiador que o de Abraão. Ele não podia reunir toda a nação na sua tenda, como fez Abraão com sua família e poucos discípulos e ensinar-lhes as leis da vida. Em vez disso, deu-lhes o que nós referimos como os Cinco Livros de Moisés, conhecidos em hebraico como a Torah, que significa tanto "Lei" (de doação) quanto "Luz". Em seus livros, Moisés fornece representações de todos os estados que uma pessoa experimenta no caminho de se tornar como o Criador.
A primeira parte do caminho para imitar o Criador era sair do Egito, aventurar-se no Deserto do Sinai, e permanecer ao pé do Monte Sinai. De acordo com fontes antigas, o nome "Sinai," vem da palavra hebraica, Sinaá (ódio). Em outras palavras, Moisés reuniu o povo no sopé do Monte Sinai—a montanha de ódio.
Para interpretar a alegoria da montanha de ódio, os ensinamentos de Moisés mostraram ao povo quão odiosos foram em relação ao outro, como era remota para eles a lei de doação. Para reconectar-se com a lei de doação, ou o Criador, eles se uniram, como descrito pelo comentarista do século 11 e cabalista, Rashi, "Como um homem em um só coração."
Baal HaSulam desenvolve mais a respeito desse processo em seu ensaio, "A Garantia Mútua", onde explica que em troca de seu compromisso de cuidarem uns dos outros, ao povo de Moisés foi dada a Torá. Eles atingiram a lei de doação e obtiveram a luz, a natureza altruísta do Criador. Nas palavras de Baal HaSulam, "Uma vez que toda a nação por unanimidade concordou e disse:" Faremos e ouviremos: "... só então eles se tornam dignos de receber a Torá, e não antes."
A Primeira Descoberta Em Massa do Criador
Agora podemos ver o quão importante foi missão de Moisés, e porque o livre arbítrio é um pré-requisito para realizá-la. Os líderes do grupo de Abraão eram todos da família e eram naturalmente unidos. Moisés, porém, teve que unir uma nação. Para isso, toda a nação teve que concordar num caminho. Fazendo uma escolha livre para unir-se, apesar do egoísmo evidente (alegoricamente descrito como "ao pé do Monte Sinai"), uma nação foi admitida na lei de doação. Esta foi a primeira vez na história da humanidade que as pessoas em massa atingiram a qualidade do Criador, e deste ponto em diante, a escolha da unidade em face do egoísmo crescente será a única forma de alcançar o Criador.
O Que Todos Deviam Saber sobre a Diferença entre o Caminho da Dor e o Caminho da Natureza
Os sábios do Talmud, escreveram: "Aquele que tem cem, deseja duzentos". Desde o alvorecer da Cabalá, afirmaram seus praticantes que nossos desejos evoluem. Eles crescem tanto em intensidade quanto em qualidade, o que significa não apenas o quanto queremos, mas também o que queremos. No final, estes desejos evoluem para se tornarem o desejo final—ser como o Criador.
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Mas os cabalistas também afirmaram que temos o livre arbítrio em como chegarmos ao maior desejo, que também produz o maior prazer. Eles disseram que existem duas maneiras de atingir esse objetivo.
- Seguirmos o exemplo de Moisés e nos unirmos. Fazemos isso através do estudo de como a Natureza funciona nos seus níveis mais fundamentais, como nós, sendo ramificações da lei que a Natureza, operamos, e então tentarmos trabalhar como a Natureza, em unidade, como uma criança imita seus pais.
- Ignorarmos as informações disponíveis e tentarmos descobrir o segredo para uma vida boa e sustentável por nós mesmos. Isso pode ser comparado a uma criança sentada ao volante de um carro, mas muito pequena para ver pela janela. Naturalmente, isto irá resultar em acidentes recorrentes com consequências terríveis.
Os Cabalistas chamam o primeiro caminho, luminoso, "O Caminho da Luz", e o segundo caminho, tortuoso, "o Caminho do Sofrimento."
A evolução dos desejos ocorre independentemente de nossas escolhas. Quando não é acompanhada por um esforço calculado para nos unirmos e escolhermos o caminho da luz, de forma a descobrir a lei da doação, não há nada para regular o desejo crescente e afunilá-lo em direções construtivas. O resultado é um egoísmo intensificado e imprevisto. Isto é normalmente acompanhado por "um acidente"—desintegração e derrota como aconteceu na Babilônia e no Egito.
Você Sabe Por Quê A Cabala Esteve Escondida durante Tanto Tempo?
Na verdade, a história da nação israelita é o melhor exemplo dessa afirmação. Enquanto eles seguiram o ensino de Abraão, eles foram bem sucedidos. Quando não, foram derrotados e exilados.
Há aproximadamente 1.900 anos atrás, um novo nível de desejo de receber surgiu. Isso exigiu um esforço renovado e uma escolha renovada para união. No entanto, o povo de Israel não estava pronto para fazer o esforço. Em vez disso, eles caíram em ódio e egoísmo. O Talmud Babilônico, escrito por volta do quinto século EC, explica que a única razão para a derrota de Israel e a queda do Templo era o ódio infundado.
Desde aquela queda, o mundo teve apenas um caminho a trilhar—o caminho do sofrimento. O caminho da luz era conhecido por pouquíssimas pessoas nas gerações que se seguiram, e em poucas décadas eles tentaram cautelosamente expô-lo. Mas, vendo que as pessoas ainda não estavam prontas para contemplar as verdades que esse caminho continha sobre a realidade, eles o mantiveram para si e para aqueles raros e dedicados estudantes que procuraram a verdade a todo custo.
No entanto, como veremos no próximo capítulo, os anos de esquecimento para a Cabala não foram em vão. Eles nos deram muito conhecimento e uma miríade de observações da Natureza como um todo e da natureza humana em particular. Sem esses anos, a retomada da aceitação do conhecimento que a Cabala fornece não seria possível.
"Por Que A Cabala O Pode Ajudar a Revelar o Criador Hoje" é baseado no livro, Interesse-Próprio Vs. Altruísmo por Dr. Michael Laitman