Midrash Sefer, “Beshalach“: “Os egípcios foram derrotados pelas dez pragas no mar assim como foram derrotados pelas dez pragas do Egito. As dez pragas sobre o Mar Vermelho não descritas em detalhes no Midrash (“O Grande Comentário”).
Todos os atributos e revelações que estão descritos na Torá oral são necessários para o nascimento no mundo espiritual assim como as dores de parto e o processo de preparação para o parto o são. Sem o que chamamos de Gevurot (forças rígidas) e restrição, a conexão entre a mãe e o recém-nascido não seria revelada.
Durante este processo diferentes hormônios e forças são extraídos que mais tarde ajudam uma criança a crescer. Portanto, as crianças que nascem num processo natural são mais completas do que as crianças que vêm ao mundo por uma cesariana.
Em outras palavras, o êxodo do Egito não pode ocorrer de outra forma, uma vez que simboliza o nascimento de uma pessoa no novo mundo espiritual, no atributo de doação, onde ela não sente mais a si mesma dentro de um corpo, embora ele ainda exista.
Portanto, não pode haver um nascimento suave, e como resultado, um parto em nosso mundo também não é bom. Mas se nós não intervíssemos no processo de nascimento por diferentes dispositivos e catalisadores cirúrgicos, que aparentemente facilitam o processo do parto, os filhos nasceriam muito mais saudáveis. Todos estes dispositivos são desnecessários. Nós vamos gradualmente entender como eles são ineficientes e vamos começar a limitar a sua utilização.
Mas a dor do parto é realmente necessária?
Sim, mas isso depende da mãe. Se ela tiver uma preparação espiritual adequada para o parto, ela não vai sentir dor. Haverá pressões, mas pressões como dúvidas e esclarecimentos. Ela vai passar “pela água como na terra”.
Em cada nível todas as transições espirituais são uma espécie de nascimento.
O caminho das dez pragas do Egito é realmente o caminho do sofrimento. É possível contorná-las e evitá-las, ou é impossível evitá-las, mesmo que eu me concentre no amor e doação para com o meu Grupo de Dez, as pessoas que estão perto de mim, e o professor?
Depende da pessoa que segue o caminho espiritual. Se ela se identifica com as forças do Egito e com o Faraó, ela certamente sofre. No entanto, se ela se identifica com o trabalho acima da razão e sobe acima dela, seu ego sofre, mas ela não se identifica com seu ego e assim ela não sofre.
O que nós podemos fazer para evitar as dez pragas do Egito que são esperadas?
Os dez golpes descem no “Egito”, ou seja, no nosso desejo de receber. Se nós transcendemos esse ego, não os sentimos como golpes, mas como forças que nos ajudam a nos desapegar do ego e ficar livre dele.
Se você quer descobrir e ver a verdade no Egito, isso só é possível se você tentar se tornar um todo com o grupo. Então, você vai começar a sentir o que significa ir contra o Faraó. Enquanto ainda estiver no Egito, uma reação ou mecanismo aparecerá dentro de você que irá possibilitar diferenciar e esclarecer aonde o Faraó está e onde é aquilo que está acima dele.
Isso é porque você nunca trabalha diretamente com o Criador. No Egito, isso não é possível. Então, você trabalha com o grupo, o qual é chamado de “povo de Israel”. Comece a conectar todos os seus amigos no Egito, que hoje é todo esse mundo, e você vai ver onde está o poder da Klipa e onde a Kedusha está, onde Faraó está e onde ele não está.
O Faraó é tudo o que perturba a unidade. Assim, você vai descobri-lo cada vez mais até as dez pragas do Egito, e todas estas pragas são relevantes para o aumento da conexão. Em última análise, você vai entender que você deve deixar o Egito.
No entanto, isso só é possível através de uma conexão, onde você espreme todo o Faraó do grupo, como suco de limão. Todo o ego vai escorrer para fora, e apenas o grupo permanecerá. Então, esse grupo deve ser preenchido com o poder de doação, algo que é impossível de se fazer no Egito, e por isso ele se afasta de lá.
Todo o trabalho é feito somente na conexão. É impossível trabalhar diretamente no Faraó. Você só pode evocar golpes sobre ele através de uma conexão com os amigos. As dez pragas correspondem às dez Sefirot. Ao subir cada vez mais, de Sefira em Sefira, numa intensidade cada vez maior de conexão, você atrair a Luz Superior para que ela atue e influencie o Faraó e filtre o ego.
Está escrito: “O que quer que a mente não faz, o tempo faz”. E, de fato, é verdade. Se não houver qualidade, a quantidade vai funcionar. De qualquer forma, você percebe que um dia, devido à influência da Luz, nada vai lhe ajudar. Você não vai conseguir nada ao se dirigir ao Criador diretamente, uma vez que não funciona assim.