A Hora da Redenção

“No décimo dia, um líder dos filhos de Dan, Ahiezer o filho de Ammishaddai.”

A hora da redenção se aproxima e devemos nos preparar para a luz da redenção, que é o êxodo da escravidão para a liberdade. É sabido que é impossível emergir do exílio antes que a pessoa esteja no exílio. É também sabido que a sagrada Torá é eterna e se aplica a toda e cada geração. Também, nós dizemos na Hagadá [História de Pessach], “Toda a geração, a pessoa se deve ver a si como se tivesse saído do Egipto.”

Por esta razão, devemos conhecer o sentido do exílio em que nos encontramos e o que significa que cada geração devemos emergir deste amargo exílio.

Diz o ARI que o exílio do Egipto era que o Daat [razão/conhecimento] estava exilado, ou seja o conhecimento da Kedushá [santidade]. Também, devemos explicar o sentido do Daat de Kedushá no exílio. O  Zohar diz que a massa lêveda e o fermentado são o mesmo grau, ao qual chamamos "a inclinação do mal," "outra autoridade," "Deus estranho," "outros deuses."

Baal HaSulam interpreta que o Sitra Achra [outro lado] e a Klipa [casca/pele] e a inclinação do mal são todos senão a vontade de receber e isto se aplica tanto à mente como o coração. Isto é, o governo de Faraó rei do Egipto e dos servos de Faraó é o governo da vontade de receber sobre os órgãos, ou seja todos os 248 órgãos, quando servem a vontade de receber, são chamados "escravos de Faraó."

É sabido que o primeiro elemento no trabalho é Lo Lishma [não em Seu nome]. Ou seja, por educação, chamado "por hábito," a pessoa começa especificamente dependendo da vontade de receber, pois é dado a entender à pessoa que os prazeres corpóreos são inúteis, pois afinal que são os anos do homem neste mundo?

Assim, através de Torá e Mitsvot [mandamentos], ele será recompensado com o prazer espiritual no mundo vindouro, que é um mundo eterno. Também, ganhar sucesso nos prazeres corpóreos deste mundo vem com a observação de Torá e Mitsvot, pelos quais nós teremos saúde e salvação, rendimento abundante e sucesso e teremos longa vida.

Naturalmente, por causa da vontade de receber, o homem tem a natureza da ociosidade. Isto é, algumas pessoas se acomodam com o pão e água e algumas precisam de carne e peixe. Algumas também precisam de acessórios e roupas finas e algumas até precisam de casas luxuosas. Tudo é segundo o vigor da pessoa, ou seja que elas não querem trabalhar mais do que é necessário para elas.

Cada uma tem sua própria medida de necessidade, mas trabalhar em prol de doar não está dentro da natureza do homem, uma vez que o homem foi criado com uma vontade de receber para si mesmo. Uma vez que obter os verdadeiros prazeres requer ser recompensado com Dvekut [adesão] primeiro, chamada "equivalência de forma," ou seja que sua direcção seja pelo bem do Criador, chamado "em prol de doar," que é chamado a qualidade do Criador, que é chamado "o Doador," isto é contra a natureza.

Sucede-se que ele é colocado no exílio sob o governo do rei do Egipto. E uma vez que o corpo é chamado vontade de receber, não faz sentido servir ao Criador contra sua própria vontade, uma vez que não há prazer em algo que seja por coação, somente uma vida triste.

Mas somente esse é o caminho da Torá, o caminho até alcançarmos Torá Lishmá [pelo Seu bem]. Até lá, a vida é uma triste vida, ou seja por coação.

Baruch Shalom HaLevi Ashlag (O Rabash)