Artigo Nº 7, 1987
No poema de Chanucá, nós dizemos, "Gregos," etc, "E o restante dos jarros, um milagre foi feito para as rosas. Filhos de Biná [entendimento], oito dias, estabeleceram canção e cantar." Questionam os intérpretes, "Por que fizeram os dias de Chanucá oito?" Afinal, eles só tinham óleo para uma noite e o milagre foi que ele ardeu mais sete dias. Portanto, segundo o milagre, eles deveriam tê-lo posto somente para sete dias."
Explicaram eles que uma vez que sobrou na primeira noite do óleo que era necessário para a primeira noite, então o milagre da primeira noite não foi que o óleo ardesse, mas que algum do óleo ardesse e o resto sobrasse para mais sete dias.
Significa isto que eles acharem o jarro de óleo que foi selado com o selo do Alto Sacerdote não foi considerado um milagre, embora fosse um milagre que os Gregos não tivessem visto o jarro de óleo. Em vez disso, ele considera milagre aquilo que foi desnatural e aquilo que foi feito acima da natureza é considerado milagre, uma vez que o jarro de óleo estava no mundo mas eles não o viram.
Isto assim não é com o óleo. Da medida necessária para acender durante uma noite, somente uma pequena parte do óleo ardeu. Essa pequena parte, que fora abençoada, ardera mais tempo. Isto é desnatural. Ou seja, não é segundo a natureza arder mais tempo que o previsto. Sucede-se que aquilo que restou da primeira noite, o facto de nem todo o óleo ter ardido, isto é chamado "um milagre," uma vez que isto não existia no mundo.
Devemos interpretar no trabalho o significado dos Gregos, do jarro de óleo e dos oito dias de Chanucá - que eles estabeleceram especificamente oito dias. Ou seja, o que é que os oito dias implicam? Por outras palavras, por que não foram nove ou dez dias, mas o milagre durou em vez disso somente oito dias? Na Torá literal, se diz em nome do Rokach que a razão do milagre ter durado somente oito dias e não mais foi por causa do lugar das azeitonas, do qual é trazido o óleo, que ficava a quatro dias de caminho dali e quatro dias de caminho de volta, assim fazendo oito dias. Isto responde a por que o milagre não durou mais que oito dias.
É sabido que nosso trabalho, no qual precisamos de nos esforçar todos os dias, é somente para alcançar equivalência de forma, chamada Dvekut [adesão]. Somente então é possível alcançar o propósito da criação - de fazer o bem às Suas criações - ou seja a revelação.
Mas antes das criaturas obterem os Kelim [vasos] de equivalência de forma, o propósito não pode ser revelado a todos. Em vez disso, ele está oculto e nós devemos meramente acreditar que é com a intenção de fazer o bem.
Aquilo que foi revelado a todos contradiz o bem, dado que cada um sempre sente carência na sua vida e sempre vive com reivindicações contra a orientação superior. Ele acha difícil dizer que ele está a desfrutar da vida e dizer todo o dia, "Abençoado seja o Senhor." Ou seja, eu estou grato a Ti por lidares comigo com benevolência.
Em vez disso, a vida da pessoa está sempre cheia de carências e dores. Ela sempre vê que não há sentido na sua vida, quando ela começa a pensar no propósito da vida, nomeadamente nos benefícios que ela ganha enquanto sofre na guerra da vida.
Significa isto que somente quando ela prova algum prazer, o prazer a intoxica e ela perde a sua cabeça e razão e esquece-se de pensar no propósito da vida. Mas quando o prazer no qual ela está imersa a abandona, por qualquer razão, ela imediatamente começa a ponderar o propósito da vida.
Somente quando a pessoa nada tem com o qual nutrir o seu corpo, ou seja quando ela não sente prazer, ela imediatamente começa a pensar no propósito da vida. Ou seja, a pessoa se questiona "Qual é o sentido da minha vida? Para que finalidade nasci eu no mundo? Foi a criação feita para que houvessem criaturas que sofressem tormentos e dores no mundo?"
Esse estado causa a pessoa a começar a contemplar o propósito da vida - o que ela é e para que serve. Em relação a isso a pessoa levanta a sua cabeça das correntes da vida, onde todas as criaturas se encontram e elas não têm para pensar naquilo que elas são. Em vez disso, elas vão com o fluxo para onde a água vai. E não há ninguém que consiga ver o fim, ou seja para onde conduz o fluxo da vida.
Somente ela, porque a falta de prazer a faz levantar a sua cabeça para cima para olhar para o propósito da vida, nessa altura ela vê e escuta como se uma trombeta do alto que lhe diz que o mundo foi criado com a intenção de fazer o bem às Suas criações. Mas em prol de provar esse benefício, lhe é dito por livros e autores que há condições em prol de alcançar esse bem, chamado "o propósito da criação." O Criador exige que elas primeiro vão ao encontro destas condições, ou Ele não vai querer dar-lhes o deleite e prazer.
Porém, não é que Ele exija estas condições, ou seja que as exigências do Criador do homem sejam pelo bem do Criador e se as criaturas não obedecerem a estas condições Ele não vai querer dar a elas. Com os de carne e osso, se queremos que o vendedor nos dê alguma coisa então o vendedor define as condições para o cliente, as quais, se ele as cumprir, o vendedor vai concordar dar, mas as condições são em favor do vendedor.
Respectivamente, o Criador não é carente ou precisa que os inferiores vão ao encontro das condições que lhes são exigidas, como está escrito, "Se ele estiver certo, o que te dará ele?" Em vez disso, estas condições que o Criador define ante eles são pelo bem do homem.
Nós vemos que isto é como a pessoa que diz para os eu amigo, "Eu quero dar-te muita prata e ouro, mas preciso que cumpras uma condição ou não vais receber nada de mim." Seu amigo pergunta: "O que requeres que eu te dê para que me dês a prata e o ouro?" Então ela diz-lhe, "Trás-me grandes e pequenos sacos para que os possas encher com prata e ouro. Mas deves saber que da minha parte, não há limitações sobre quanto tu vais levar. Em vez disso, a quantidade de prata e ouro depende dos teus limites. Ou seja, tantos Kelim [vasos] quantos me trouxeres Eu vou encher, não mais e não menos, mas precisamente isso. Esta é a condição que eu coloco na tua frente. Certamente, não há dúvida que as condições que o seu amigo requer não são pelo bem do dador, mas tudo é pelo bem do receptor.
Aqui, no trabalho do Criador, onde a pessoa tem de ir ao encontro das exigências que o Criador faz, elas são somente pelo bem do homem. Porém, a pessoa pensa que elas são pelo bem do Criador. E dado que o homem foi criado com uma vontade de receber, ele não consegue entender coisa alguma do que precisa de ser feito a menos que ele veja que isso é para seu próprio benefício. Mas aqui lhe é dito que o Criador quer que trabalhemos para Ele e não para nosso próprio benefício. Por esta razão, o corpo resiste a estes trabalhos. Este é nosso trabalho - nós temos de ir contra nossa própria natureza. Isto é chamado "trabalho."
Mas quando a pessoa trabalha e sente a recompensa que ela está a receber do trabalho - que é pelo seu próprio bem - ela não sente que isto seja chamado "trabalho," ou seja que ela se quer livrar do trabalho, uma vez que isto, também, existe na natureza do homem: Ele não quer comer o pão da vergonha porque nossa raiz não recebe ou é carente.
Por esta razão, quando a pessoa sente que ela está a receber alguma coisa sem algo em troca, há o pão da vergonha e ela fica envergonhada de receber. Portanto, a pessoa não se ressente de ter de trabalhar. Em vez disso, a pessoa pode se lamentar de lhe ser pago menos daquilo que ela pensa que vale.
Sucede-se que se a pessoa souber que ela vai ser recompensada pelo seu trabalho, isto não é considerado "trabalho." Mas no trabalho do Criador, isso é considerado trabalho porque lhe é pedido trabalhar sem qualquer recompensa, que é chamado "trabalhar não em prol de receber recompensa." Isto não está na nossa natureza, que é o por quê de ser chamado "trabalho." É por isso que nosso corpo resiste a estes trabalhos e sempre tem reivindicações contra o Criador por nos dar tão duro trabalho que de termos de trabalhar contra nossa natureza.
Portanto, do que precisamos em prol de sermos capazes de trabalhar em prol de doar? É de uma coisa: Se acreditarmos que embora não o vejamos imediatamente, uma vez que nossos corpos não nos mostram a verdade, se nos esforçarmos para acreditar que trabalhar em prol de doar é em nosso favor, uma vez que precisamos destes sacos, como foi dito na alegoria, que os sacos que preparamos são para todos nossos Kelim para a recepção do deleite e prazer, sucede-se que todo o trabalho que é com a direcção de doar faz parte do Kli [vaso] que é adequado para receber a abundância. Também, todo o esforço se junta a uma soma completa até que tenhamos um Kli completo adequado para a recepção da luz.
Todavia, é difícil acreditar e dizer para nós mesmos que aquilo que Ele dá são nossos vasos de recepção para receber neles o deleite e prazer que estão no propósito da criação de fazer o bem às Suas criações.
Respectivamente, podemos interpretar a questão da governação dos Gregos, que é o oposto do caminho do judaísmo. A questão dos Gregos é termos de avançar somente dentro da razão tanto em mente como coração. Naturalmente, quando Israel quiseram avançar acima da razão e não considerar aquilo que a mente externa necessita, eles não conseguiram.
Isto é chamado a guerra contra os Gregos. É aqui que começa o verdadeiro trabalho, nomeadamente que o povo de Israel quis montar o trilho que conduz à Dvekut [adesão] com o Criador. Este caminho é chamado "fé acima da razão." Os Gregos quiseram controlar o corpo para que ele não renunciasse a coisa alguma a menos que a razão concordasse com isso. Uma vez prevalecia isto e outra prevalecia aquilo e isto fazia com que a pessoa tivesse subidas e descidas.
Isto, a razão, é a razão e a causa. Ou seja, assim que a pessoa decidia que ela deve avançar com fé acima da razão, como resultado, um despertar do alto vem até ela e ela começa a sentir um bom sabor no trabalho do Criador. Nessa altura, é da natureza do homem, uma vez que ele adora descansar, por esta razão diz ele, "Graças a Deus que agora não tenho de trabalhar comigo mesmo e assumir o trabalho do Criador na forma da fé. Em vez disso, agora sinto-me bem e minha razão concorda assumir sobre si mesma o engajamento em Torá e Mitsvot [mandamentos] uma vez que agora eu sinto contentamento."
Ela aceita este despertar como base e fundação para o trabalho do Criador. Ou seja, a base do sabor que agora ela sente, sobre isto ela constrói seu inteiro judaísmo. Portanto se sucede que agora ela está a macular a fé e diz, "É uma pena que este despertar não tenha vindo imediatamente até mim, quando comecei o trabalho. Pois então, eu não teria de avançar acima da razão, ou seja ir contra a visão do corpo. E em vez disso, precisei de acreditar naquilo que é recebido dos livros e dos autores - que devemos assumir o fardo do reino dos céus embora o corpo discorde que isso é bom para mim e acreditar que somente neste estado, em que o corpo discorda, é o melhor caminho para mim."
Por outras palavras, ela acredita acima da razão que somente o caminho de trabalhar com a mente e com o coração é bom para ela, ou seja que aí ela vai achar a felicidade que o Criador preparou para ela. É muito difícil acreditar nisto. Mas agora ela não precisa de acreditar que isto assim é. Em vez disso, ela sente que certamente, observar Torá e Mitsvot lhe trará a felicidade, uma vez que ela sente que isto assim é e ela não precisa de acreditar nisso.
Sucede-se que esta é a verdadeira razão que mais tarde lhe causa a sua descida, uma vez que sua base é edificada sobre prazer em vez de doação. Se ela permanecer com esta base, ela nunca vai alcançar Dvekut com o Criador pois enquanto ela estiver neste caminho, tudo cairá para as Klipot [cascas/conchas] da vontade de receber para si mesma.
Disse o Baal HaSulam que quando uma pessoa recebe sensação e razão do alto, quando o corpo também, começa a dizer que é vantajoso se engajar em Torá e Mitsvot, a pessoa deve ser cuidadosa e dizer que ela não usa esta sensação e razão como base e fundação, "como razão de decidir que agora é vantajoso trabalhar, uma vez que o corpo concorda com este trabalho por causa do prazer que estou a receber."
Em vez disso, ela deve dizer, "Agora eu vejo que este caminho, que é acima da razão, é um verdadeiro caminho, uma vez que vejo que ele me concedeu sr favorecido aos olhos do Criador, que Ele me aproxima. Por esta razão, agora sou afeiçoado a Kedushá [santidade], também e sinto a importância da Kedushá - que é vantajoso trabalhar somente pelo bem do Criador. Por esta razão, que devo fazer agora? Me preparar e caminhar somente neste caminho chamado 'fé acima da razão,' pois com isto eu serei recompensado com Dvekut permanente com o Criador."
Assim se sucede que especificamente ao lhes ser concedido algum bom sabor no trabalho, disto elas pegaram o apoio para o caminho da fé. Sucede-se que a base da fé se fortalece através do deleite e prazer que agora ela sente no trabalho.
Agora vamos explicar o milagre de Chanucá, também, que eles derrotaram os Gregos, ou seja que eles foram recompensados com a fé e sentiram bom sabor neste trabalho e não foram e tomaram o deleite e prazer como base e fundação para o trabalho dentro da razão, que é considerado Gregos. Pelo contrário, eles disseram que serem recompensados com o bom sabor no trabalho é um testemunho que o caminho da fé é o verdadeiro caminho, ao contrário da visão dos Gregos.
Tivessem eles avançado pelo caminho dos Gregos, ou seja que o deleite e prazer seriam daí para a frente a sua base e fundação, que isto seria seu apoio para sustentarem seu trabalho, eles imediatamente desceriam do seu grau, pois esta é a principal razão pela qual a pessoa sofre uma descida do seu estado. Isto é para seu benefício, para que ela não caia para a Klipá [casca/concha] dos Gregos. Sucede-se que esta descida é uma grande correcção. Inversamente, tudo aquilo que ela acrescentasse só construiria a Klipá dos Gregos.
Portanto, há dois caminhos quando chegamos a esse estado chamado "subida":
1) Dizer que agora ela está liberada do fardo da fé. Ou seja, que até agora ela sofreu porque cada vez ela tinha de assumir o fardo do reino dos céus, o corpo sempre lhe resistiu.
Por exemplo, quando a pessoa tem de se levantar antes do amanhecer e tem de ir para as suas aulas normais, assim que ela abre seus olhos e se quer levantar, o corpo prontamente vem e pergunta, "Mas estás a gostar de descansar, estás deitado na cama e tu tens de abdicar deste prazer!"
Isto pode ser como é feito no comércio. Isto é, nós abdicamos do prazer do dinheiro em prol de obter alguma coisa que nos traga o prazer que precisamos mais. Por outras palavras, nós vamos receber um prazer maior que o dinheiro.
É sabido que o valor de todo o prazer é medido pela necessidade. Por exemplo, uma pessoa adora descansar, mas abdica do repouso pelo dinheiro. Uma pessoa adora dinheiro mas abdica dele em favor de comer e beber, etc. Uma pessoa adora comer e beber, mas por vezes evita se ela souber que é mau para sua saúde. Acontece que ela abdicou de comer e beber em prol de obter saúde.
Por esta razão, o corpo pergunta para a pessoa, quando ela se quer levantar antes de amanhecer para servir o Criador, lhe dizendo: "O que pensas que vais ganhar agora se renunciares ao repouso?" Quando ela lhe diz, "Eu quero ganhar o mundo vindouro observando o mandamento do Rei," o corpo responde, "Tudo bem, podes levantar-te de manhã tal como todas as outras pessoas. Por que te apressas para te levantar mais cedo que os outros? Tu tens o dia inteiro para observar Torá e Mitsvot!"
Nessa altura a pessoa diz para seu corpo: "Sabe que há o mundo no geral, chamado 'pessoas vulgares' e há pessoas que não vão com o fluxo, mas que querem ser excepcionais. Ou seja, elas querem ser recompensadas com a meta pela qual elas foram criadas, que é chamada 'Dvekut com o Criador,' 'Torá Lishma [pelo Seu bem].' Disseram nossos sábios que nós podemos ser recompensados com isto aprendendo Torá após a meia-noite, como explicado no Zohar e também isso é aceite entre aqueles que querem obter alguma coisa nas suas vidas."
Nessa altura o corpo vem com fortes argumentos e diz para ela: "Estarias certa se isto fosse como dizes, que tens uma meta sublime na tua vida e queres que eu te assista no teu papel. Mas, vês quanto trabalho e esforços investiste neste trabalho em prol de chegar a trabalhar em Lishma e vês que não avançaste um milímetro, ou seja para ter mais desejo para trabalhar em doação. Se calculares honestamente, verás o oposto - que regrediste dez graus! Ou seja, agora tu tens uma vontade de receber maior que tinhas antes de começares a obra da doação. Portanto, vês que não és excepcional. Tu és como todos os outros! Portanto, é melhor se tiveres o prazer de ficar na cama e não me digas tolices, que és melhor que todos os outros."
Com estes argumentos, que são verdadeiros argumentos, ou seja falando racionalmente, ela calcula e vê que ele está cem por cento correcto e que nada há para lhe responder. Nessa altura, ela nem sempre consegue superar com fé acima da razão e dizer ao corpo: "Embora estejas correcto com teus argumentos e o senso comum dita seguir o teu caminho, mas eu irei acima da razão."
Isto é um tremendo trabalho porque nessa altura a pessoa sofre de tormentos corporais quando o corpo a debica com a difamação do trabalho acima da razão. Por esta razão, quando certo despertar vem até ela e ela começa a sentir algum sabor em Torá e Mitsvot, quando ela sente um pouco de subida, ela diz, "Graças a Deus eu não tenho de avançar pelo caminho de fé acima da razão, mas que a razão, também, diz que é vantajoso observar Torá e Mitsvot." E assim que ela macula a fé, dizendo, "Agora estou aliviado do fardo da fé," esta é a razão pela qual ela em breve sofre uma descida do seu estado porque ela maculou a fé.
2) O segundo caminho é dizer, "Agora vejo que o verdadeiro caminho é avançar acima da razão e não usar a sensação de deleite e prazer como base sobre a qual assumir sobre mim daqui para a frente o engajamento em Torá e Mitsvot. Em vez disso, eu quero trabalhar sem qualquer base de deleite e prazer, uma vez que a ideia é trabalhar em prol de trazer contentamento ao Criador. Portanto, como posso eu confiar na base do deleite e prazer para construir meu judaísmo? Logo, o que devo fazer quando sentir um bom sabor no trabalho?"
Nessa altura ela deve dizer aquilo que disse o Baal HaSulam, que ela pode receber sua boa sensação não como base, mas como testemunho. Ou seja, ela deve dizer, "Agora eu vejo que o caminho de acima da razão é o verdadeiro caminho pelo qual o Criador quer ser servido. E a evidência disto é que vejo que Ele me aproximou ao remover a Sua ocultação de mim e me foi concedido sentir a Sua gentileza e misericórdia - que Ele quer doar deleite e prazer sobre as criaturas, pois este é o propósito da criação."
Porém, para não chegar à separação recebendo Dele o deleite e prazer, uma vez que a recepção de prazer está em disparidade de forma Dele, foi por isso que Ele fez a Tzimtzum [restrição] e ocultação. Mas quando avançamos acima da razão, o corpo não tem contacto, mas pelo contrário, o corpo resiste ao trabalho acima da razão. Mas agora que fui acima da razão, Ele removeu de mim alguma da Sua ocultação. Logo, daqui para a frente eu serei fortalecido e caminharei somente no caminho de acima da razão.
Com isto ela não vai cair na armadilha da auto-recepção, chamada "separação de Kedushá." Pelo contrário, agora ela vai começar a trabalhar com mais força com a mente e coração e o Criador não vai jogá-la novamente para o poço sem fundo chamado "receber em prol de receber." Em vez disso, ela vai permanecer num estado de subida. Além do mais, ela vai subir até um grau de maior revelação porque ela não está a macular a fé, que é a guarda para uma pessoa não cair para os vasos de recepção.
Portanto sucede-se que num estado de subida ela tem dois caminhos. Mas como pode a pessoa vencer e percorrer o caminho do povo de Israel e não o caminho dos Gregos, que a deixam ver que dentro da razão eles serão servos maiores porque a razão concorda com este caminho mais que com o caminho da fé?
Explicou o Baal HaSulam a disputa entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Lot (Génesis 13:7). Disse ele que "gado" significam bens. O bem de Abrão era somente fé. Este é o significado da palavra Av-Ram [Abrão (Alto Pai)], significando que o pai nos céus é alto, acima da razão. "Pastores" significa que ele sustentava somente o bem da sua fé. Ou seja, ele sempre procurou sustento - como poderia ele sustentar a fé para que ela tivesse poder e força e não falhasse na razão.
Isto assim não é com os pastores do gado de Lot. Diz o Zohar que Lot vem da palavra [Aramaica] eltlatia, ou seja "maldição." Isto é, os pastores do gado de Lot sustentavam o bem do conhecimento e da recepção. Disto não pode vir uma bênção, só uma maldição, pois isso é o oposto da doação, enquanto que a bênção é somente onde uma pessoa se engaja na doação.
Por outras palavras, os Kelim com os quais podemos receber a abundância superior são especificamente Kelim que dão. Com estes Kelim nós podemos receber. Mas nos Kelim que querem receber, a abundância superior não pode entrar devido à disparidade de forma. Agora podemos entender os dois caminhos que a pessoa tem quando ela recebeu alguma subida na espiritualidade.
Todavia, o que podemos decidir quanto ao bem, chamado "fé," ou seja estar num estado dos "pastores do gado de Abrão"? Disse o Baal HaSulam em nome do Baal Shem Tov que quando uma pessoa consegue fazer duas coisas opostas e ela não consegue decidir entre elas, o conselho é escolher aquela que exigir dela mais esforço. É isso que ela deve escolher para si, uma vez que onde há trabalho, o corpo discorda, isto é certamente Kedushá. Ela deve se apressar e fazer isto e assumir sobre si mesma o fazer. Sucede-se que aqui, também, ela tem dois caminhos: 1) o caminho da fé, 2) o caminho do conhecimento.
Ela deve escolher para si o caminho da fé uma vez que o corpo não concorda com isto, pois é na direcção de Kedushá, ou seja na direcção do desejo de doar, enquanto o corpo quer o exacto oposto. Portanto, sucede-se que qual é o factor determinante? É que o corpo rejeita e considera a questão como redundante e supérflua. Ou seja, ele não tem necessidade disto e nãos abe por que é necessário em primeiro lugar. Por esta razão, ele sempre se quer livrar desta questão da fé.
Portanto se sucede que o milagre que acontece à pessoa, que ela consegue decidir para o lado da Kedushá, não é uma questão de intelecto. Em vez disso, é algo que o corpo considera redundante, que é o trabalho. O corpo despreza-o e considera a questão inteira do trabalho como redundante. Mas precisamente desta redundância, ou seja quando a pessoa parte e já não quer ou deseja, daqui vem até ela o milagre de permanecer em Kedushá.
Este é o significado de "E o restante dos jarros, um milagre foi feito para as rosas". Um jarro é como está escrito, que Rabi Meir purificou o verme com cento e cinquenta sabores. Isso significa que em toda a coisa há visões dos dois caminhos. Com o que podemos escrutinar? É com o que sobrar, ou seja com aquilo que o corpo considerar redundante, que ele considera como nada. Isto é fé acima da razão e somente com isto podemos ser salvos de cair na armadilha das Klipot.
Este é o significado do jarro de óleo que eles acharam, que foi selado pelo selo do Alto Sacerdote. Um Cohén [sacerdote] é chamado Chésed [misericórdia/graciosidade]. "Alto" significa Chésed que se tornou Chochmá, ou seja abundância de Chasadim, chamada "Sacerdote." O sacerdote é a qualidade de Chésed e Chésed indica fé acima da razão. Este é o significado de Abraão, a qualidade de Chésed, ser o pai da fé.
Os Gregos não conseguem ver a fé pois eles só vêem através da razão e não acima da razão. Portanto, quando eles caminharam acima da razão, os Gregos não os conseguiam governar. Este é o significado dos Gregos não verem o jarro de óleo.
E sobre o milagre de ele arder oito dias, essa é uma indicação de que ele iluminava as Chasadim em Biná. De Biná até Malchut há oito Sefirot, mas Chochmá de Chochmá não iluminou. Foi por isso que eles o estabeleceram como oito dias, uma vez que ele iluminou somente em oito, como está escrito, "Filhos de Biná [entendimento], oito dias, estabeleceram canção e cantar.”