Está escrito no Midrash Rába, "Outra explicação: 'Estas são as ordenanças.' Idolatras têm juízes e Israel têm juízes e tu não sabes a diferença entre eles."
Há uma alegoria sobre um paciente que um doutor veio visitar. Ele disse à sua família, "Alimentem-o com o que ele quiser." Ele foi para outro paciente e lhes disse, "Certifiquem-se que ele não come esta ou aquela comida." Disseram eles para ele: "Você disse ao primeiro que ele podia comer aquilo que ele quisesse, mas ao outro você disse que ele não devia comer esta ou aquela comida." Respondeu ele, "O primeiro não viverá; foi por isso que eu lhe disse que ele podia comer o que quiser. Mas quanto a aquele que vai viver, eu disse, 'Tenham cuidado com ele.'"
Similarmente, os idolatras têm juízes e eles não se engajam na Torá e não a praticam, como foi dito, " Eu também lhes dei leis que não são boas e ordenanças nas quais eles não viverão" (Ezequiel 20). Mas o que está escrito sobre os Mitzvot [mandamentos]? "Aquele que os pratica viverá por eles” (Levítico 18).
Devemos entender: 1) O versículo que o Midrash trás de Ezequiel, que o sentido do versículo sobre os juízes dos idolatras, esse versículo é relativo ao povo de Israel! 2) A alegoria sobre o médico que disse "Alimentem-lhe com o que ele quiser,” ou seja que ele não tem limitações, mas o versículo, "leis que não são boas e ordenanças nas quais eles não viverão," implica que há regras e limitações que contradizem a alegoria.
Devemos interpretar que a intenção do Midrash quando ele diz que os idolatras têm juízes, não são as nações do mundo. Em vez disso, isso é relativo a Israel. Quando ele lhes chama "juízes dos idolatras," isso significa que todos os Mitsvot que eles fazem e aquilo que a mente os obriga a fazer e que eles não seguem o caminho da fé, para alcançar Lishma [pelo Seu bem], essa mente é chamada "um juiz dos idolatras."
Uma vez que tudo aquilo a que o juiz obriga é no caminho de Lo Lishma [não pelo Seu bem], ou seja que sua direcção não seja de deste modo alcançar Dvekut [adesão] na vida, sucede-se que ele não está destinado a viver.
Para este ele disse, "Alimentem-o," ou seja que sua nutrição para a vida é qualquer coisa que ele peça e ele não tem condições especiais porque ele não vai sobreviver. Portanto, aquilo que ele faz é de pouca consequência.
Isto assim não é com os juízes de Israel, quando o poder de julgar é por causa de Israel, ou seja por causa da fé para alcançar Dvekut. Nessa altura, ele tem condições especiais, pois nem tudo lhe é permitido para receber vitalidade. Em vez disso, com toda a coisa, ele deve ser cauteloso e não comer desta ou daquela comida. Por outras palavras, ele não deve receber vitalidade até de Mitsvot e boas acções, a menos que elas o tragam a Dvekut.
Este é o significado da proibição de não comer certas coisas, ou seja não extrair vitalidade de algo especifico: da vontade de receber.
Isto responde às duas perguntas: 1) Sua intenção é Israel e não as nações do mundo. 2) Até num estado de Lo Lishma, há Mitsvot e regras, mas elas não são boas, como disseram nossos sábios, "Se ele não for recompensado, ela se torna para ele uma poção de morte" (Yoma 72b). Porém, devemos tentar fazer com que o juiz seja de Israel e depois vamos nos apegar à Vida das Vidas.