Artigo Nº 13, 1987
Há uma questão: Por que chamamos ao bom dia, que é chamado na Torá "Festival dos Matzot [pão ázimo],” de “Pêssach” (Kedushat Levi, Bo). A resposta é porque está escrito, "Eu sou pelo meu Amado e meu Amado é por mim." Ou seja, nós louvamos o Criador e o Criador louva Israel. É por isso que este bom dia é chamado na Torá, o "Festival dos Matzot." É como se o Criador louvasse Israel, ou seja que Israel e Eu chamamos ao bom dia o nome "Pêssach," como está escrito, "E tu dirás, 'É uma oferenda de Pêssach para o Senhor que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egipto quando Ele castigou os egípcios e poupou nossas casas.'"
Similarmente encontramos na guerra de Midiã (Números 31:2-3), "E o Senhor falou para Moisés dizendo, 'Vinga a vingança pelos filhos de Israel sobre os Midianitas.' E falou Moisés ao povo, dizendo, 'Tragam homens de entre vós para um exército, para que vão contra Midiã para executar a vingança do Senhor sobre Midiã.'" Devemos entender por que disse Moisés que a guerra contra Midiã é a vingança dos filhos de Israel e disse Moisés para o povo o oposto daquilo que o Criador lhe havia dito: Ele disse que a guerra contra Midiã era a vingança do Senhor. Devemos explicar isto da seguinte maneira: O Criador louvou Israel, que é a vingança dos filhos de Israel e Moisés louvou o Criador ante Israel. Foi por isso que ele mudou aquilo que o Criador lhe havia dito.
Porém, devemos também entender o que significa que o Criador louva Israel e o povo de Israel louvam o Criador. Falamos de pessoas de carne e osso, onde cada uma respeita a outra? Pode você imaginar que o Criador precisa de ser respeitado? Eu já disse numa alegoria sobre isto: É como um homem que entra num galinheiro e uma vez que ele escutou aquilo que disseram nossos sábios (Shabat 113a), "Rabi Yochanan chamou a suas vestes 'Meus honradores'" (ou seja que quando a pessoa veste roupas condignas ela é respeitada). Por esta razão, uma vez que ela quer que as galinhas o respeitem, ele usa roupas bonitas. Claramente, qualquer um que o vir fazer isto vai rir-se dele pois que honra pode uma pessoa receber das galinhas?
Respectivamente, como podemos dizer que o Criador quer que O respeitemos e O louvemos? Evidentemente, o Criador não é sequer semelhante à nossa alegoria, uma vez que a distância entre um humano e uma galinha é somente de um grau, pois galinhas são animais e nós somos considerados o falante, mas tudo é corporalidade. Mas que distância há entre nós e o Criador que possamos dizer que o Criador fica impressionado com o nosso louvor e que fora por isso que Moisés mudou as palavras do Criador, que disse, "Vinga a vingança dos filhos de Israel" e ele disse para Israel, "a vingança do Senhor"?
Para entendermos o citado, devemos lembrar-nos do propósito da criação, que - como disseram nossos sábios - é fazer o bem às Suas criações. Em prol do benefício que Ele deseja conceder sobre as criaturas seja completo, ou seja para que não haja vergonha nisso, houve uma correcção chamada "ocultação." Respectivamente, enquanto a pessoa ainda é incapaz de fazer todo seu trabalho em prol de doar, somente quando ela corrige suas acções e sai do amor próprio, a essa medida ela sai da escuridão e entra na luz. Isto é chamado "sair da escuridão para a luz," pois depois todas suas recepções são somente porque ela quer conceder prazer sobre o Criador ao ajudá-Lo a levar a cabo Sua meta, que é doação ilimitada, ou seja um presente sem qualquer vergonha aquando da recepção do prazer do Criador.
Com isto nós vamos entender por que o Criador louva Israel. Ou seja, o Criador quer fazer o bem às Suas criações; é por isso que Ele louva Israel, pois a intenção é beneficiar Israel. Disto, a vontade de receber foi criada nas criaturas, que querem receber em prol de receber. Isto é considerado querer receber por causa do amor próprio, uma vez que devido à vontade de receber que o Criador criou nas criaturas, elas desejam receber abundância em prol de satisfazer a necessidade que o desejo lhes causa, que é o por quê de elas receberem. Isto é chamado "em prol de receber."
Porém, disto advém a separação devido à disparidade de forma. Por esta razão, o povo de Israel assumem sobre si mesmos a Tzimtzum [restrição] - não receber deleite e prazer apesar do seu desejo. Ainda assim, eles não querem receber a menos que saibam que conseguem direccionar a recepção do prazer em prol de doar. Significa isto que uma vez que Ele deseja dar, é por isso que eles recebem a abundância. Mas quanto ao seu benefício pessoal, eles renunciam a todos os prazeres. Sucede-se que o povo de Israel está a louvar o Criador. Ou seja, eles renunciam à sua própria vontade e se engajam somente nos louvores ao Rei, ou seja que aquilo que o Rei quiser, eles também querem.
Foi por isso que o Criador havia dito, "Vinga a vingança de Israel." O Criador disse aquilo que Israel deveriam fazer somente para o benefício de Israel, mas Moisés mudou aquilo que o Criador lhe havia dito, mas isto não é considerado se desviar do propósito de beneficiar Suas criações. Em vez disso, a razão para a mudança também foi para fazer o bem. Adicionalmente, isso não foi por ser impossível para Israel receberem o benefício do deleite e prazer a menos que consigam direccionar suas acções somente para beneficiar o Criador. Isto é considerado que todas suas acções são somente por causa do louvor ao Criador, ou seja devido ao temor pela sublimidade, que é devido à grandeza e importância do Rei.
Todavia, devemos entender por quê o louvor do Criador ser chamado de "Pêssach," segundo o Criador passar por cima. Está também escrito, "e tu o comerás com pressa; é a Pêssach do Senhor." Interpreta RASHI que a oferenda é chamada Pêssach segundo passar por cima e a passagem por cima é que o Criador saltou sobre as casas de Israel de entre as casas dos egípcios. Ele saltaria de egípcio em egípcio e Israel no meio escaparam.
Devemos entender o sentido de saltar e passar por cima no trabalho. É sabido que a essência do nosso trabalho é alcançar Dvekut [adesão] com o Criador, que é equivalência de forma, pela qual nós recebemos Kelim [vasos] que são adequados para a recepção da abundância. É também sabido que nossos Kelim vêm da quebra dos vasos. A quebra dos vasos significa que queremos usar os vasos de recepção em prol de receber e isto é considerado separação do Criador. Isto ocorreu nos mundos superiores e também através do pecado da árvore do conhecimento, quando os Kelim caíram para as Klipot [cascas/peles] e nós devemos elevá-los porque nós viemos dos seus Kelim. Trabalhando com nossos desejos de receber - que vêm de lá - em prol de doar, nós corrigimos cada vez um pedaço destes Kelim, que estão nas Klipot e os elevamos para Kedushá [santidade] ao querermos trabalhar somente com a meta de doar contentamento ao Criador.
Cada vez e cada dia, pedaços das Klipot - chamados "em prol de receber" - são classificados. Eles são corrigidos para que possam ser usados em prol de doar. A ordem é que um pedaço é elevado para Kedushá e depois nós descemos para um estado de recepção novamente e até esquecemos que há a questão de doação. Mas depois recebemos novamente uma subida, pegamos na parte da vontade de receber em nós, a superamos e a corrigimos para trabalhar em prol de doar. Isto se repete cada vez até adquirirmos uma certa medida de recepção que tenha recebido a correcção da doação. A essa medida, haverá lugar para a abundância superior entrar. Este Kli [vaso] é feito ao adicionar todas as subidas que a pessoa teve em um Kli, como está escrito, "Centavo-a-centavo se junta uma grande soma” (Sota 8).
Com isto podemos interpretar aquilo que perguntávamos sobre Pêssach, que disseram nossos sábios, "Ele saltaria de egípcio em egípcio e Israel no meio escaparam." Significa isto que toda a descida é chamada de "egípcio," ou seja que ele recebe tudo por amor próprio. "Israel no meio" é uma subida, quando ele supera e faz tudo em prol de doar e não para seu próprio bem. Esse estado é chamado "Israel." Mas posteriormente ele desce novamente. Sucede-se que ele desce novamente para ser egípcio e assim por diante. "E Israel ... escaparam" significa que ele escapou dos egípcios e se tornou Israel.
Em prol da pessoa ter um Kli completo que consiga receber dentro dele abundância superior, o Criador salta de egípcio em egípcio, ou seja que Ele toma em consideração somente o Israel que está no meio de cada dois egípcios e os junta numa grande soma. É como se não houvesse interrupção entre Israel e Israel. Saltar sobre o egípcio significa que é como se o egípcio não existisse na realidade. Por esta razão, todos os israelitas se juntam numa grande soma até que ele tenha um Kli completo.
Respectivamente, devemos interpretar aquilo que lá está escrito, que Ele saltou sobre as casas de Israel e somente os egípcios foram mortos. É como interpreta RASHI, Ele saltou sobre, ou seja saltou de egípcio em egípcio e Israel no meio escaparam. Significa isto que todos os egípcios foram mortos e somente os israelitas, que estavam no meio, ficaram vivos. O sentido literal é que todas as descidas que estão entre as subidas foram apagadas e somente ficaram as subidas.
Isto é como se eles nunca tivessem tido descidas, uma vez que elas foram apagadas. Este é o significado dos egípcios serem mortos. Assim, agora é possível que todas suas subidas se conectem e se tornem um só estado.
Há muitos discernimentos na vontade de receber que foram corrigidos para trabalhar em prol de doar e se tornarem um Kli completo para a recepção da luz da redenção, chamada "êxodo do Egipto," quando eles foram liberados do exílio no Egipto, escravizados ao amor próprio, chamado a "Klipá do Egipto," como está escrito, "e Ele trouxe para fora Seu povo, Israel, de entre eles, para a liberdade eterna."
Tivessem sobrado as descidas, haveriam interrupções entre cada duas subidas devido à descida no meio. Mas quando as descidas desaparecem devemos olhar somente para as subidas e depois podemos falar do Kli que será adequado para receber a luz da redenção.
Por esta razão, devemos aprender que a pessoa não se deve focar nas descidas, quando ela sempre cai do seu estado espiritual. Em vez disso, ela se deve focar nas subidas. Portanto, quando ela vê que está num estado de humildade, ela não deve desesperar. Em vez disso, ela deve superar acima da razão e subir de novo. Ela não deve olhar para o passado e dizer, "Uma vez que até agora pensava que já entendia que não era vantajoso me focar no amor próprio," ainda assim ela vê que em breve sofre uma descida. Portanto, a pessoa questiona, "Qual é o sentido de subir se tenho de continuar a cair? O que ganho eu com isto?"
Para isto vem a resposta: "E os filhos de Israel suspiraram do trabalho e seu clamor subiu até ao Senhor." Ou seja, houve um despertar de baixo. Depois o Criador matou os egípcios e os israelitas ficaram e se juntaram a uma grande soma, ou seja devido a todas as subidas que eles tiveram uma de cada vez, eles tinham um grande Kli no qual receber a abundância.
Portanto sucede-se que nenhuma boa acção da pessoa se perde. Por esta razão, não devemos dizer, "Como é que as subidas me ajudam se eu as perco imediatamente?" Isto seria verdade se ela pudesse segurar-se a elas daqui para a frente e não descer. Mas foi dito sobre isto, "Quem subirá a montanha do Senhor?" Isto é um discernimento.
O outro discernimento é "E quem se levantará no lugar da Sua santidade?" Para isto vem a resposta, "Aquele que tem limpas mãos e um coração puro," ou seja aquele que foi recompensado com mãos limpas e que não tem mais amor próprio nele, mas que sua intenção é somente doar. "Um puro coração" significa que o seu coração está com o Criador, que a fé está fixada no seu coração. Estas pessoas não têm descidas nos graus de humildade, mas todas suas subidas e descidas são em graus espirituais. Uma vez que devemos alcançar graus completos, chamados NRNCHY de Nefesh e NRNCHY de Ruach, suas subidas e descidas são todas no palácio no Rei e não fora do palácio do Rei e eles não são jogados para o lugar das trevas e da sombra da morte.
Porém, ao mesmo tempo devemos saber que nenhuma subida se perde. Em vez disso, "centavo-a-centavo se junta uma grande soma." Por essa razão, a pessoa deve ficar feliz quando ela sente que a espiritualidade é desejável para ela e ela deseja estar tão perto possível do Criador. Ela considera-o um grande privilégio que um despertar do alto tenha subitamente vindo até ela que ela comece a olhar para o amor próprio como repugnante e pelo qual não vale a pena viver e deseja somente pela espiritualidade.
Todavia, a pessoa deve saber que ela não deve dizer, "Quando eu tenho um despertar do alto, eu começarei a fazer o trabalho sagrado." Em vez disso, o facto da pessoa se lembrar que há espiritualidade, até se ela não tiver desejo por isso, ela já deve estar grata ao Criador por saber que há espiritualidade no trabalho, embora ela não tenha desejo pelo trabalho.
Isto é semelhante a um grande rei que vem a uma cidade mas nem todas as pessoas são avisadas disso. Somente uma mão cheia de pessoas é informada e nem todos são permitidos entrar, mas só alguns poucos escolhidos e também eles, requerem muita persuasão entre os ministros em prol de receberem a licença para entrar.
E esta pessoa foi informada somente que o rei chegou, mas não lhe foi dada uma licença para entrar. Quão grata é essa pessoa para aqueles que a alertaram?
É semelhante aqui. Ela está consciente que há um Rei no mundo, mas ela não foi permitida entrar para servir o Rei. Ou seja, ela sabe e acredita a certa medida que há um Criador no mundo, mas não lhe foi concedida a permissão para deixar o seu trabalho e trabalhar pelo bem do Rei. Isto é, ela não recebeu do alto um desejo para abandonar os seus engajamentos corporais e se engajar na espiritualidade. Essa pessoa deve estar deleitada com este conhecimento, ou seja que ela tem alguma fé no Criador.
Se a pessoa valorizar este conhecimento embora ela não consiga superar e se engajar no serviço ao Criador, ainda assim, a alegria de se lembrar que há um Rei no mundo, consegue levantá-la da sua humildade, admiti-la no trabalho e lhe dar um desejo para superar o seu corpo. Isto assim é precisamente se a pessoa prestar atenção e valorizar esta consciência.
Isto deriva da raiz, como disseram nossos sábios, a Shechiná [Divindade] está presente somente pela alegria do Mitsvá [boa acção/mandamento]” (Shabat 30). Significa isto que a alegria que ela tinha enquanto realizava o Mitsvá lhe causa Dvekut com o Criador, como foi dito acima, "O Abençoado se apega ao abençoado," uma vez que alegria é um resultado de plenitude.
Uma vez que ela valoriza o Dador, Sua importância e grandeza e há uma regra que se o dador do presente é uma pessoa importante, até se ele der um pequeno presente, ainda assim é considerado uma grande coisa. Por esta razão, da consciência que ela acredita que foi alertada do alto que o Rei está na cidade, embora ela não seja permitida entrar e falar com o Rei, uma vez que é evidente que ela valoriza o conhecimento do Rei existir, ela é imediatamente permitida entrar e servir ao Rei. Por eles verem que ela valoriza o Rei, eles a tratam com consideração e força para superar os pensamentos e desejos do corpo.
Respectivamente, nós podemos louvar a alegria. Ou seja, por causa da alegria de ser inspirado com a importância do Rei, lhe é dada do alto uma iluminação que é colocada no Kli da alegria, que lhe é dado de baixo como um despertar de baixo. Isto lhe causa um despertar do alto e lhe é dada permissão, ou seja um desejo e anseio para superar os pensamentos do corpo.
Sucede-se que Pêssach recebe seu nome segundo a passagem do Criador sobre as casas de Israel e deixar todo e cada um de Israel vivo. É sabido que não há ausência na espiritualidade, pois o mais pequeno discernimento em Israel ficou vivo e nada se perdeu. Porque o Criador salvou Israel, este bom dia é chamado Pêssach, segundo as acções do Criador.
E sobre aquilo que perguntávamos sobre o louvor, como se pode dizer que o Criador queira ser louvado e que Ele fica impressionado com o louvor dos de carne e osso, há duas respostas para isto: 1) Em relação à meta, que o Seu desejo é fazer o bem às Suas criações, ou seja que todo o deleite e prazer que o povo de Israel recebem, enquanto eles os recebem, eles direccionam para beneficiar o Criador, ou seja que o Criador desfrute disto porque Ele quer que as criaturas recebam deleite e prazer. E uma vez que elas querem equivalência de forma, quando elas se engajam em Torá e Mitsvot, isso é somente porque elas querem doar ao Criador e não para seu próprio benefício. Isto é considerado o povo de Israel louvar o Criador, que por causa da grandeza e importância do Criador, nós tentamos agradar-Lhe.
O Criador louvar Israel significa que Ele quer dar deleite e prazer, que é o propósito da criação e Ele também quer que não haja vergonha aquando da recepção do deleite e prazer. Por esta razão, Ele quer que eles trabalhem em prol de doar. Sucede-se que Seu louvor a Israel significa a renunciação do amor próprio do povo de Israel e quererem trabalhar somente em prol de doar.
Por esta razão, Ele sempre se foca no seu mérito, ou seja Ele contabiliza o trabalho que eles fazem em prol de doar, para que Ele seja capaz de doar abundância e não haja defeito da vergonha. Ele não fala daquilo que eles fazem em prol de receber; Ele quer apagar isto da face da Terra, como dito na clarificação do nome, "Pêssach," que Ele passou sobre, ou seja matou os egípcios que estavam entre Israel e Israel e poupou o Israel no meio. Naturalmente, Ele podia se ter focado somente no mérito de Israel, ou seja nas subidas que eles tiveram, que é o mérito de Israel, ou seja o despertar de baixo que eles fizeram então na cozedura dos Matzot [pão ázimo].
É por isso que o festival dos Matzot e do povo de Israel foram escritos na Torá, uma vez que o Criador se focou no mérito de Israel enquanto coziam os Matzot pelo bem do Criador e não se focaram noutras coisas. Isto é chamado que os egípcios que lá estavam, Ele matou, ou seja aniquilou-os como se eles não estivessem na realidade. Com isto, todos de Israel se juntaram em um único grande grau, que era inteiro, se tornando um Kli para receber a abundância. Isto é considerado que o povo de Israel chamou a esse bom dia "Pêssach."
Agora podemos entender a segunda razão pela qual o povo de Israel lhe deu o nome em louvor ao Criador. A primeira razão é Seu desejo de fazer o bem às Suas criações e elas não quererem receber por causa do amor próprio. Portanto, elas receberam o deleite e prazer porque Ele quer que nós recebamos. Isto é chamado "em prol de doar" e isto é em louvor ao Criador.
A segunda razão de louvarmos o Criador é que Ele não considerou as descidas e se focou somente nas subidas. Isto é considerado passar sobre, onde Ele tomou em consideração todas as subidas e apagou as descidas da face da Terra. Este é o louvor de Pêssach e é considerado falar em louvor ao Criador.
Devemos entender por que está escrito, "E o comereis com pressa; é a Pêssach do Senhor." Por que é Pêssach chamada "pressa"? Segundo aquilo que RASHI interpreta, Pêssach é chamada de "apressar" porque o Criador saltou e passou por cima de egípcio em egípcio e Israel no meio, escaparam. Podemos ver que saltar até ao fim significa que Ele apressou o fim, como se ainda não tivesse chegado o tempo. Uma vez que ele se apressou, é por isso que Pêssach é chamada "pressa." É como se ele tivesse de se apressar para que os egípcios que estavam entre os israelitas não acordassem, pois ainda não era seu tempo de serem corrigidos. Foi por isso que Ele se apressou e salvou aquilo que conseguiu salvar. Ou seja, só Israel receberam correcção e não os egípcios. Por esse motivo foi chamada de "apressar."
Contudo, está escrito sobre o fim da correcção (Isaías 52:12), "Porque vós não saireis apressadamente, nem ireis fugindo; porque o Senhor irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda. Eis que o meu servo será iluminado; será exaltado, e elevado, e mui sublime." Interpreta o ARI que isto será no final da correcção, até SAM se torna um sagrado anjo e o coração de pedra, que foi proibido classificar antes do fim da correcção e permaneceu nas Klipot, também ele, será então classificado para Kedushá.
Este é o significado de "muito bom." "Bom" é o anjo da vida. "Muito" é o anjo da morte e também ele, será um sagrado anjo. Isto é chamado "A morte será engolida para sempre." É assim que o ARI o interpreta.
Certamente, nós podemos interpretar aquilo que está escrito, "Porque vós não saireis apressadamente, nem ireis fugindo," não como foi na terra do Egipto, quando a redenção foi com pressa e Ele saltou de egípcio em egípcio e Israel no meio escaparam, uma vez que Ele tinha de obliterar os egípcios e só o povo de Israel ficava vivo.
Mas no fim da correcção, quando os egípcios também forem corrigidos, não haverá necessidade de estar com pressa porque não haverá necessidade de saltar de egípcio em egípcio com Israel no meio permanecendo em Kedushá. Em vez disso, todos os egípcios receberão sua correcção do Inteiro. Portanto, não haverá necessidade de apressar, ou seja saltar, mas todos os discernimentos que estavam nas Klipot serão corrigidos, como está escrito, "E Eu removerei o coração de pedra da tua carne e Eu te darei um coração de carne."
Portanto, a pessoa deve estar feliz. Através da alegria ela consegue sair do estado de humildade em que ela se encontra. Se a pessoa perguntar, "O que há para rejubilar quando ela vê que está em humildade e não tem desejo para se engajar em Torá e Mitsvot?" Ela deve receber sua alegria do facto de ela ainda assim saber que há um Rei no mundo. Desta consciência ela pode estar feliz, como na citada alegoria, que ela foi informada que o rei veio para a cidade e isto lhe dá força para subir.