Escolha da Profissão
A razão pela qual a geração atual é impaciente reside em seus desejos em constante crescimento, que já não podem ser satisfeitos pelos recursos convencionais do nosso mundo. Desde a infância, as pessoas começam a se questionar: "Para onde ir? Que profissão escolher? Com o que me ocupar na vida? Como posso me preencher?"
Os jovens observam aqueles que são considerados bem-sucedidos na sociedade – médicos, contabilistas, profissionais de alta tecnologia, arquitetos – e percebem que seus dias de trabalho geralmente começam pela manhã e terminam sem um horário definido. Eles não querem trabalhar tanto nem seguir os padrões de sucesso impostos pelo mundo adulto. Simplesmente, não compreendem o propósito disso.
Por isso, devemos criar uma sociedade na qual a escolha de uma profissão, independentemente de quão lucrativa ela seja, não se limite ao aspecto financeiro, mas seja guiada por um critério mais relevante: a realização da alma. O indivíduo precisa aprender a sentir prazer na profissão que exerce. Suas dez horas de trabalho podem e devem ser horas de criatividade, independentemente da área – seja pintura, programação ou soldagem elétrica.
O segredo está no grau de conexão que a profissão proporciona com os outros. Se ele sentir que contribui para a sociedade, que ajuda as pessoas a se relacionarem e, assim, promove a harmonia natural, encontrará a maior satisfação em seu trabalho. O ponto central não é a natureza da profissão em si, mas a mentalidade e a atitude interior – e é isso que devemos ensinar aos adolescentes.
Na realidade, até os 13 anos, uma criança já manifesta suas inclinações naturais. A partir desse momento, educadores e pais podem ajudá-la a desenvolver seus talentos inatos, a fim de encontrar, junto com ela, a área de atuação que lhe trará satisfação.
Na prática, é recomendável permitir que os jovens experimentem diferentes profissões, sem confiná-los a um único caminho. Para isso, durante o ensino escolar, eles devem ser integrados às universidades para explorar diversas opções. Devem ter acesso a palestras abertas sobre temas variados, como física, química, história, arte, computação e esportes – enfim, tudo. Dessa forma, adquirirão um conjunto completo de ferramentas para escolher sua profissão com tranquilidade. Na verdade, o primeiro ano de ensino superior deveria ser dedicado a essa exploração, em vez de forçar os alunos a se encaixarem precocemente em uma especialização restrita.
Além disso, em uma sociedade ideal, a educação não deve ter custos. O Estado deve assumir essa responsabilidade, pois seus líderes compreendem que os jovens precisam de liberdade para estudar a profissão que escolheram, permitindo-lhes contribuir para o bem-estar da sociedade no futuro.
Como já mencionei, além dos cursos profissionais, essa faixa etária deve ter acesso a formações sobre gestão doméstica e vida familiar, integração social e temas correlatos. Durante esse período, a educação escolar deve ser constantemente acompanhada de explicações práticas: como funcionam as estruturas governamentais, o sistema judiciário, como recorrer à polícia ou a um advogado, como lidar com bancos e seguradoras, quais são os direitos civis básicos, entre outros. Diferente da abordagem teórica e abstrata predominante hoje, esses ensinamentos devem ser integrados à prática, aproximando-os da realidade cotidiana.
Para concluir esta reflexão, é preciso destacar a profissão que deveria ser a mais prestigiada em uma sociedade que deseja formar crianças felizes: a de educador. O processo educativo começa desde a notícia da gravidez – ou até antes – e se estende pelos vinte anos seguintes. Durante esse período, os próprios pais se tornam verdadeiros mentores. O desenvolvimento dos jovens que acabam de ingressar na vida adulta depende, em grande medida, de sua participação ativa na educação das futuras gerações.
Do Livro: Criança Feliz
Os Autores
Eli Vinokur – Doutorando em Humanidades, palestrante na área da educação, escritor, chefe do Departamento de Educação Integral e gestor da associação "Crescendo com Alegria". (atualmente chefe de departamento de educação informal no Gordon College of education).
Anatoly Ulyanov – Terapeuta gestalt certificado pela Associação Europeia de Terapeutas Gestalt (EAGT), professor de Psicologia na Escola Superior de Educação Estética "Beleza da Rússia", treinador e docente da Academia Internacional de Liderança, além de consultor científico de diversos programas de televisão.
Tatyana Sandler – Psicóloga clínica profissional e atuante, autora de publicações científicas e pesquisas nas áreas de Psicologia Organizacional e Psicologia Infantil. Laureada com o Prêmio do Governador de Khanty-Mansi Autonomous Okrug – Ugra pela melhor pesquisa científica entre pós-graduandos e jovens cientistas, com o estudo "Características Psicológicas da Integração do Autoconhecimento Ético-Moral e Econômico em Adolescentes".
Marat Kasimov – Diretor e pedagogo teatral, ator do teatro "Escola de Arte Dramática", com experiência prática no trabalho com grupos teatrais infantis, condução de programas lúdicos integrativos e atuação como metodólogo e educador.
Pavel Sysoev – Professor certificado na metodologia da educação e formação integral, metodólogo. Possui ampla experiência prática no trabalho com grupos de crianças de diversas faixas etárias.